Teste rápido para diagnóstico de tuberculose já está disponível em João Pessoa

Um teste rápido para detectar se o paciente tem tuberculose já é disponibilizado para os usuários da Rede Municipal de Saúde de João Pessoa. O exame é realizado em laboratório e o tratamento dos pacientes é oferecido de forma integral e gratuita nas Unidades de Saúde da Família (USF) e Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais) do município.

De acordo com Eveline Vilar, coordenadora da Área Técnica de Tuberculose e Hanseníase da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o usuário recebe o resultado do teste no dia seguinte. “Um equipamento de laboratório realiza o exame do material deixado pelo paciente e em duas horas temos o resultado, que chega à USF em 24 horas, após ser inserido no sistema”, disse.

Além de dar o diagnóstico do paciente, o equipamento que realiza o exame também detecta a resistência à rifampicina, que é a principal droga no tratamento da tuberculose. Segundo o Ministério da Saúde, o teste rápido da tuberculose está disponível em todas as capitais do país, além de mais 94 municípios.

Eveline explica que, após ser diagnosticado, o paciente deve procurar imediatamente o tratamento, que tem a duração de pelo menos seis meses. “É importante tomar corretamente os medicamentos receitados pelo médico, comparecer ao serviço de saúde para acompanhamento mensal e realizar o exame de escarro mensalmente”, afirmou.

Geralmente causada por uma infecção derivada da bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), a tuberculose afeta principalmente os pulmões e em alguns casos podem acometer outros órgãos, como rins, ossos e meninges, que são membranas que envolvem o cérebro.

Dados – De acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos dez anos, o Brasil houve uma redução de 22,8% na incidência de casos novos de tuberculose e reduziu em 20,7% a taxa de mortalidade da doença. Em 2014, a incidência foi de 33,5 casos por 100 mil habitantes, contra 43,4 em 2004. A taxa de mortalidade de 2013 foi de 2,3 óbitos por 100 mil habitantes, abaixo dos 2,9 óbitos por 100 mil habitantes registrados em 2003.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostram que no primeiro semestre deste ano foram confirmados 207 novos casos de tuberculose em João Pessoa. Durante todo o ano de 2014 foram registrados 377 novos casos da doença. Já em 2013 foram 399 casos confirmados. Em relação aos óbitos, foram registrados três até junho deste ano, 14 no ano passado e 12 em 2013.

Transmissão – A transmissão acontece de forma direta, ou seja, de pessoa para pessoa. Um indivíduo com tuberculose expele ao falar, espirrar ou tossir pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outra pessoa contaminando-a.

“Uma má alimentação, falta de higiene, consumo de cigarro e bebidas alcoólicas, ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica também favorece o estabelecimento da tuberculose”, explica a coordenadora da Área Técnica de Tuberculose e Hanseníase da SMS.

Sintomas – De acordo com a coordenadora da Área Técnica de Tuberculose e Hanseníase da SMS, os principais sintomas da doença são: tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, perda acentuada de peso, febre no final da tarde, sudorese noturna, cansaço excessivo, fraqueza, palidez, rouquidão e falta de apetite.

Ainda segundo a técnica, os casos mais graves de tuberculose apresentam sintomas como: dificuldade na respiração, eliminação de grande quantidade de sangue, colapso do pulmão e acúmulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão).

Prevenção – Para prevenir a doença é necessário imunizar as crianças obrigatoriamente no primeiro ano de vida ou no máximo até quatro anos, com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas da Aids não devem receber a vacina. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. A tuberculose não é transmitida por objetos compartilhados.