Teste rápido para diagnóstico de hepatite C está disponível no Cais e USFs de João Pessoa

A hepatite é a inflamação do fígado que pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, ou por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. No Brasil, há circulação dos tipos A, B, C e D. Existe ainda o vírus E, com predominância na África e na Ásia. Um simples exame de sangue pode apontar se a pessoa tem a doença. Para a hepatite tipo C, há a possibilidade do diagnóstico através do teste rápido, oferecido na Rede Municipal de Saúde.

“Qualquer pessoa pode fazer esse teste rápido, principalmente as pessoas com mais de 40 anos e aquelas que receberam transfusão de sangue, fizeram cirurgia e tratamentos dentários antes de 1993. Isso por que o vírus da doença só foi descoberto em 1989 e até 1993 não existia sorologia para hepatite C, que era conhecida como hepatite não A ou não B”, explica a chefe da seção DST/AIDS da Secretaria Municipal de Saúde, Clarisse Pires.

Em João Pessoa, esses testes podem ser realizados gratuitamente no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que funciona de segunda à sexta-feira, das 7h às 17h, no Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) de Jaguaribe, na Rua Alberto de Brito, s/n. Várias Unidades de Saúde da Família (USFs) também realizam o teste rápido.

As gestantes têm prioridade na realização do exame, que é realizado mais de uma vez durante o pré-natal. “O teste é bem simples e o resultado sai em poucos minutos. Para garantir o sigilo do usuário, às unidades possuem salas específicas para realizar o exame”, explicou Danielle Melo, que é apoiadora da USF Integrada Roger I e II.

Para realizar o teste rápido, o profissional de saúde precisa ter nível superior e passar por uma capacitação, conforme explica a apoiadora Ana Cláudia, da USF Integrada Alto do Céu, em Mandacaru. “No treinamento aprendemos sobre como fazer o pré-aconselhamento, explicar para o paciente o que é a doença, como é feito o exame, quais os procedimentos se o resultado for positivo, janela imunológica e todos os encaminhamentos que devem ser realizados em cada situação. Muitas vezes o paciente não está preparado para realizar o teste ou para receber o resultado, por isso o profissional precisa estar capacitado”, enfatizou.

Hepatite C – De acordo com o Ministério da Saúde, os principais meios para a transmissão da doença são: a transfusão de sangue, uso de drogas injetáveis, hemodiálise, acupuntura, piercings, tatuagem, droga inalada, manicures, barbearia, instrumentos cirúrgicos, relação sexual, transmissão vertical (de mãe para filho), aleitamento materno, acidente ocupacional e transplante de órgãos e tecidos.

“Já ouvi falar em hepatite, mas não sabia como era feito o exame para descobrir se tem a doença. Fiquei feliz em saber que dá pra fazer o exame aqui mesmo e que o resultado sai em 30 minutos”, relata a usuária do Centro de Saúde de Mandacaru, Maria de Lourdes, de 54 anos.

Não existe vacina contra a hepatite C, mas evitar a doença é muito fácil. Basta não compartilhar com outras pessoas nada que possa ter entrado em contato com sangue, como seringas, agulhas e objetos cortantes. Entre as vulnerabilidades individuais e sociais, devem ser considerados o uso de álcool e outras drogas e a falta de acesso à informação e aos insumos de prevenção como preservativos, cachimbos, seringas e agulhas descartáveis.