Tárcio critica indicação de Hugo Motta para presidir a CPI da Petrobras

Na próxima quinta-feira (26), dia da instalação da CPI da Petrobras, o deputado Ivan Valente (PSOL/SP), membro titular da Comissão pelo PSOL, e seu suplente, deputado Edmilson Rodrigues (PSOL/PA), irão protocolar um requerimento solicitando que sejam anuladas todas as indicações de parlamentares membros da CPI que tenham recebido, direta ou indiretamente, financiamento de campanha das empreiteiras citadas na Operação Lava Jato.

Além de solicitar que os envolvidos sejam considerados impedidos de participar das investigações, no documento, o PSOL solicita ainda que os partidos nomeiem outros membros não comprometidos com a operação. A solicitação será feita baseada no artigo 180 do Regimento da Casa, que prevê que os parlamentares não podem votar em causa própria, nem em assuntos de seu interesse.

Dos 15 deputados já indicados para apurar desvios na Petrobras, ao menos 10 tiveram suas campanhas eleitorais financiadas por empresas que estão sob suspeita.

O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), teve 60% de sua última campanha paga com recursos dessas empresas, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (25), na Folha de São Paulo. Em 2014, Motta recebeu R$ 451 mil da Andrade Gutierrez e da Odebrecht. Ele arrecadou um total de R$ 742 mil para sua campanha.

Para o ex-candidato ao Governo da Paraíba pelo PSOL, Tárcio Teixeira, a ação de seu partido é justa. “O PSOL é o único partido com representação no Congresso Nacional que não recebeu nenhum centavo de empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Fico feliz por ter a certeza que estou no Partido certo; feliz por saber que é possível fazer política de forma ética; e feliz por ter representantes em Brasília que denuncia o que milhões de nós que vivemos na Paraíba gritamos ao saber da indicação de Hugo Motta para presidir a CPI da Petrobras mesmo tendo recebido recurso de empresas envolvidas na Operação Lava Jato”, criticou.

“Durante a campanha denunciamos a farsa do financiamento privado de campanha. Agora o fim do financiamento privado de campanha é uma bandeira de milhões de brasileiros, de todos que defendem uma verdadeira Reforma Política”, disse.