“Sou feliz porque percebo que tudo que a gente lutou e sonhou é realidade”, diz RC

O Teatro Paulo Pontes, localizado no Espaço Cultural, foi reaberto na noite desse sábado (21) com a apresentação do espetáculo “A Saga de Daluz”, do grupo Geca, um dos últimos trabalhos dirigidos pelo diretor e ator Marcos Pinto, morto no ano passado, e da peça “Amálgama”, da Cia de Dança Lunay.  O governador Ricardo Coutinho, a vice-governadora Lígia Feliciano e o secretário de Cultura do Estado, Lau Siqueira, fizeram a entrega do equipamento, que foi totalmente reformado  e ganhou uma nova caixa cênica e cabine técnica, que possibilita receber grandes  atrações nacionais e internacionais.

O novo Teatro Paulo Pontes voltou a ficar lotado e os espectadores puderam conferir o conforto das novas poltronas, tratamento acústico, nova climatização e o novo corredor central com acessibilidade. Dos 660 lugares disponíveis, 640 são poltronas convencionais, 14 lugares para cadeirantes e seis assentos para portadores de necessidades especiais. O investimento no Teatro Paulo Pontes foi de R$ 8 milhões, dentro dos R$ 48 milhões investidos na reforma do Espaço Cultural José Lins do Rêgo.

O governador Ricardo Coutinho afirmou que é com alegria que entrega um dos principais teatros do Estado com acústica de qualidade, com o novo tablado, caixa cênica, acessibilidade, lembrando também as reformas do Teatro Santa Roza e do Teatro Irácles Pires, em Cajazeiras, e a construção do teatro do Centro de Convenções. “Estamos trabalhando dentro de uma concepção de que a arte e a cultura devem servir para melhorar a sociedade e ser instrumento permanente a favor das transformações e avanços. Sem cultura é impossível fazer. Esse é um investimento fundamental e eu sou uma pessoa muito feliz porque percebo que tudo que a gente lutou e sonhou está conseguindo transformar em realidade”.

Para Ricardo, o teatro paraibano está ainda mais vivo e o Paulo Pontes reabre dando espaço para grupos locais que é uma opção da gestão que sabe da capacidade dos artistas de redefinir caminhos e atrair a juventude para a cidadania. “Ao ver um teatro cheio com dois grupos locais você percebe a força do teatro paraibano”.

O secretário de Cultura do Estado, Lau Siqueira, destacou que o governo teve o cuidado diante da preciosidade do Teatro Paulo Pontes, de prestar essa homenagem à memória do grande teatrólogo e de recolocá-lo novamente na rota dos grandes espetáculos, após a reforma. Lau destacou o novo tratamento acústico que possibilita uma boa audiência em todo o teatro e possibilita, por exemplo, que aconteça de forma simultânea um show na Praça do Povo e uma apresentação no Paulo Pontes.  “Iniciamos um novo período que será muito importante para o desenvolvimento cultural e econômico da Paraíba, a consolidação de um complexo teatral dos mais significativos no Nordeste. Importante fazer parte dessa história”.

A presidente da Fundação Espaço Cultural, Márcia Lucena, explicou que a caixa cênica é a alma de um teatro e que o Paulo Pontes ganha alma e vida com todas as melhorias.  Ela adiantou que o novo Paulo Pontes já tem uma pauta de espetáculos até dezembro. “Iniciamos as apresentações com essa homenagem ao artista Marcos Pinto e, a partir de agora, estamos abertos para novos espetáculos. Na próxima semana teremos a apresentação da coreógrafa Débora Colker”, completou.

Diversos atores e artistas estiveram prestigiando a reabertura do Teatro Paulo Pontes.  A atriz paraibana Zezita Matos, que tem mais de 50 anos de carreira, disse que como atriz e cidadã está feliz em ver que os artistas paraibanos e também de fora têm um espaço moderno e adequado para apresentarem os seus trabalhos. “Com a caixa acústica podemos dizer que o Paulo Pontes não é apenas uma casa de espetáculo, mas um grande teatro com as peculiaridades que a arte exige”.

Zezita Matos confessou que está ansiosa para voltar ao palco do Paulo Pontes e também do Teatro Santa Rosa com grande público revivendo os tempos áureos do teatro paraibano. Zezita destacou a importância do teatro ser ocupado pelas escolas, pois “a gente tem que educar os jovens para a arte e assim manter viva a nossa cultura”, disse.

O ator e diretor de Teatro do Espaço Cultural, Daniel Porpino, destacou a homenagem ao diretor e ator Marcos Pinto celebrando a sua vida e obra com a apresentação do espetáculo “A Saga de Daluz”, um dos últimos dirigidos por ele em vida antes de ser assassinado em dezembro do ano passado. Ele destacou que o Dia Mundial do Teatro, que será comemorado entre os dias 25 e 28 de março, terá uma programação em 12 cidades e vai homenagear Marcos Pinto.

Homenagem – A noite foi encerrada com muita emoção com depoimento emocionado da atriz Marinalva Rodrigues e dos outros atores do grupo Geca- Cena Aberta, que trabalharam com o ator e diretor.  O espetáculo “A Saga de Daluz” aproveita a beleza poética e satírica, pincelada pelo humor sagaz da cultura popular. “Essa é a história de um casal em convulsão, verso tirado da rima de uma canção. Depois de quase 20 anos, surge uma nova situação, a chegada de uma nova criança, menino ou menina, eis a questão: nascer ou não nascer, essa é a grande confusão”, diz a sinopse da peça.