“Sociedade quer saber quem levou o dinheiro da Lagoa pra casa”, diz vereador

O vereador Bruno Farias (PPS), líder da oposição na Câmara Municipal de João Pessoa, declarou que “a sociedade não quer saber se o desvio foi de R$ 10 milhões ou de R$ 6,4 milhões. A sociedade quer saber quem levou esse dinheiro para casa”.

O parlamentar ressalta ainda que não tem mais dúvidas, após o embate de notas entre Ministério das Cidades, Caixa Econômica Federal e Controladoria-Geral da União, na última semana: a gestão do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) nem se dá mais ao trabalho de negar que desviou dinheiro na obra de revitalização do Parque Solon de Lucena, a Lagoa. Agora, a luta da Prefeitura de João Pessoa é tentar reduzir o ressarcimento à União de R$ 10 milhões para R$ 6,4 milhões.

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“Essa nota técnica da CGU desmancha o discurso da Prefeitura, porque corrobora o entendimento do desvio de algo em torno de R$ 10 milhões na execução da obra da Lagoa. Quando essa nota técnica foi enviada para o Ministério das Cidades, o minitério chamou a Caixa que oficiou a Prefeitura pedindo a devolução desses recursos em junho de 2017. Logo após receber esse ofício, a Prefeitura foi até o Ministério das Cidades e disse “olha, o desvio não foi de R$ 10 milhões, conforme atesta a CGU. O desvio, conforme atesta a PF, foi de apenas R$ 6,4 milhões”. Ou seja: a PMJP nem nega mais que desviou dinheiro da obra da Lagoa. Veja que desfaçatez a Prefeitura utiliza para pedir ao Ministério a suspensão dessa devolução desses recursos”, afirmou o líder da oposição.

Para Bruno, os pessoenses não querem saber valores absolutos. A preocupação é outra. “Aí, o Ministério, acolhendo os argumentos da Prefeitura, pede que a Caixa envie um novo ofício para que a Prefeitura não devolva esses recursos porque há uma falta de consenso quanto ao valor que foi superfaturado. A sociedade não quer saber se o desvio foi de R$ 10 milhões ou de R$ 6,4 milhões. A sociedade quer saber quem levou esse dinheiro para casa”, declarou.

E reforça, mais uma vez, a necessidade de a CMJP instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar o caso. “É por isso que a oposição, já que CGU, PF, MPF, Ministério das Cidades e agora até a própria Caixa atestam que houve desvio, nós queremos auxiliar nesse trabalho de fiscalização e investigação e quer sim protocolar um pedido de CPI para que essas ações sejam efetivadas e a gente saiba quem levou esse dinheiro pra casa”, disse.