Saúde apresenta plano de ação para a microcefalia ao Conselho da Capital

A secretária municipal de Saúde, Aleuda Cardoso, o secretário adjunto, José Maria França, e técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) participaram na tarde desta quinta-feira (10), da reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde (CMS). Na ocasião, foram apresentados o fluxo para diagnóstico e assistência nos casos de microcefalia na Capital e os encaminhamentos da reunião do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

“Participamos da reunião do Conasems em Brasília, nos dias 8 e 9, e a microcefalia era a maior preocupação das Secretarias Municipais de Saúde. Foram apresentados fluxos e percebemos que João Pessoa estava praticamente pronta para o atendimento desses casos, uma vez que temos trabalhado desde o dia em que foi decretado o estado de emergência pelo Ministério da Saúde. Intensificamos as ações já realizadas por nossos agentes de endemia e apresentamos o fluxo para casos de microcefalia. Uma novidade apresentada foi a vacina contra a dengue, que já está em fase de avaliação final junto aos órgãos reguladores do Ministério da Saúde, que devem decidir se haverá a distribuição desta vacina”, explicou Aleuda Cardoso, durante apresentação ao CMS.

Ainda de acordo com a secretária, durante o Conasems, o município de João Pessoa foi convidado a fazer parte de um grupo de estudos nacional, que pretende apresentar melhoras nas políticas de gestão hospitalar. “Surgiu à necessidade de rever a questão dos hospitais e por isso constituímos a comissão. Serão avaliadas todas as portarias e a forma com que o Ministério da Saúde trabalha a parte hospitalar. Tem muito engessamento, burocracia que atrapalha a funcionalidade de um hospital”, complementou a secretária.

Fluxo Microcefalia – Ainda durante a reunião do Conselho Municipal de Saúde, o gerente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Daniel de Araújo Batista, apresentou o boletim epidemiológico e o fluxo da microcefalia, divulgado em 4 de dezembro. “Um caso é considerado suspeito de microcefalia, quando atende os critérios determinados pelo Ministério da Saúde. Por parte da Vigilância Epidemiológica, todos os casos de crianças que nasceram com 32 centímetros de perímetro encefálico ou menos serão investigados, através de entrevista com a mãe, informações do cartão de nascido e prontuário das maternidades e mediante a investigação esses casos serão confirmados ou descartados”, explicou Daniel de Araújo Batista.

A coordenadora da área técnica de Saúde da Mulher, Tânea Lucena, explicou como está funcionando a rede assistencial no município, para os casos de microcefalia. “O fluxo de atenção à mulher gestante já existe no município. Frente a esse problema da microcefalia, criamos um fluxo paralelo, mas tudo começa no pré-natal normal, na Unidade de Saúde da Família. Se for identificado que a mulher teve zika, manchas na pele, coceira, febre ou algo que leve a crer que ela teve dengue, zika, chikungunya, sarampo ou rubéola, a equipe imediatamente encaminhará essa mulher para a realização de exames. Caso seja confirmado qualquer uma dessas doenças, a mulher também será acompanhada pelo pré-natal de alto risco da Rede Cegonha, até o final da gestação”, destacou a coordenadora.

“Após o nascimento, o bebê será avaliado e se tiver as características de uma possível microcefalia, ele já sai do serviço com agendamento para consultas com os especialistas necessários, para que tenham acompanhamento e que sejam realizados os exames que confirmarão ou não a microcefalia”, conclui Tânea Lucena.

Investigação dos casos – A investigação desses casos está sendo realizada pelo Ministério da Saúde de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de Saúde, com o apoio de instituições nacionais e internacionais. Comitês de especialistas apoiarão o Ministério da Saúde nas análises epidemiológicas e laboratoriais, bem como no acompanhamento dos casos.

Microcefalia – A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de Saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. Essa malformação congênita pode ser efeita de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.

Rede Cegonha – É uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.