Saques do FGTS podem ajudar retomada do comércio, aponta federação

Os recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), liberados para saque pelo governo no início deste ano, podem acrescentar até 2,4% ao faturamento do comércio varejista nacional em 2017, considerando a injeção total dos R$ 45 bilhões no varejo brasileiro. Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que avaliou que o volume de dinheiro a ser sacado das contas inativas vai ajudar no processo de retomada da economia.

A assessoria técnica da FecomercioSP avaliou que “ainda que nem todo o dinheiro seja destinado para o consumo, o varejo pode se beneficiar no médio e longo prazo já que, se o consumidor optar por quitar dívidas ou aplicar, tais recursos entrarão no mercado financeiro elevando a capacidade bancária de conceder empréstimos”.

Além disso, com o dinheiro, “os consumidores endividados ou inadimplentes poderão reequilibrar seu orçamento doméstico, limpar o nome e se tornar novamente elegível a novos crediários, em condições mais vantajosas”, acrescentou.

Segundo o estudo, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul concentram os maiores volumes de recursos a serem sacados. Ao avaliar a participação de cada estado no total de rendimentos e remunerações pagas no Brasil, a entidade verificou que São Paulo será responsável por 32,7% do total.

“Dos R$ 45 bilhões disponibilizados para saque estima-se que R$ 14,7 bilhões serão injetados na economia paulista e as vendas do setor no estado podem crescer até 2,5%”, avaliou a federação. Na sequência, os estados do Rio de Janeiro (11,2% do FGTS e R$ 5 bilhões de recursos), Minas Gerais (8,7% e R$ 3,9 bilhões) e Rio Grande do Sul (6% e R$ 2,7 bilhões) aparecem como os maiores destinatários dos recursos.

Já os estados de Roraima (0,2% e R$ 86,9 milhões), Amapá e Acre (ambos com 0,3% e R$ 139,6 milhões e R$ 116,6 milhões, respectivamente) receberão o menor montante de recursos do FGTS. As informações são da Agência Brasil.