O governador Ricardo Coutinho esteve, neste sábado (8), na cidade de Mamanguape, onde participou da 5ª Caravana do Coração, no último dia da ação que percorreu 13 cidades paraibanas, desde o último dia 26 de junho. O projeto é desenvolvido pelo Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a ONG pernambucana Círculo do Coração e faz parte da Rede de Cardiologia Pediátrica.

O objetivo da ação é atender crianças cardiopatas; mulheres com gravidez de alto risco e crianças com microcefalia. Ainda oferece cursos aos gestores de saúde e profissionais. Também estiveram em Mamanguape, a secretária de Estado da Saúde, Cláudia Veras; o secretário de Estado de Infra-estrutura, Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia, João Azevedo; além da deputada estadual Estela Bezerra.

 

Ricardo destacou o voluntariado presente na ação. Cerca de 100 profissionais que trabalharam na Caravana atuaram como voluntários. “Isso repercute na formação do próprio profissional, já que cria mecanismos para destruir o egoísmo tão presente no mundo atual e o voluntariado alimenta uma prática e uma vivência muito melhor para si e para os outros; também pela multiprofissionalidade por conta de parcerias com instituições de ensino e o resultado é um atendimento humanizado, com muita coisa bacana e bonita que têm sido feita e com muita gente sendo salva. E a tendência é crescer, cada vez mais, com o novo Hospital Metropolitano, que será referência em cardiologia e neurologia, inclusive, a Rede será instalada dentro da unidade”, ressaltou.

 

A deputada Estela Bezerra também falou da importância do voluntariado. “A saúde deve ser voltada para salvar vidas, com recursos, tecnologias, solidariedade, generosidade e doação e o voluntariado traduz parte disso”, ponderou.

 

“Trabalhar com saúde requer muita energia e o voluntariado cria um outro tipo de disposição até para que estes profissionais retornem aos seus empregos com novos ânimos. Por outro lado, isso também nos proporcionou uma outra visão sobre os problemas de saúde que não são tão visualizados no trabalho rotineiro”, disse a secretária Cláudia Veras.

 

Foi o que percebeu a comerciante Deize Fernandes, de Jacaraú. Ela é mãe de Pedro Henrique, de 11 anos, que tem autismo. “O atendimento aqui é mais explicado do que nos outros lugares e, por isso, a gente se sente mais segura e bem cuidada”, observou.

 

E cuidar foi o motivo que trouxe à Caravana o sanfoneiro do grupo musical Os Gonzagas, Yuri Gonzaga. “Agora eu pude conferir o que contava minha esposa, que é voluntária desde o ano passado. E, realmente, a Caravana é do coração mesmo”, destacou. “É um trabalho de entrega onde a gente faz, diariamente, como se fosse pela primeira vez, completou a dentista Camila Brito, esposa do artista.

 

Manoel Gomes, de Itapororoca, sabe muito bem da importância da Caravana. A filha dele, Daiane Carvalho, de oito anos, é autista e já fez cirurgia do coração. Ela sempre é acompanhada pelo projeto. Além de Daiane, ele tem outra filha, de 12 anos, que também tem autismo e a esposa tem deficiência mental. “Pra mim é ótimo, pois se o coração da minha filha tiver bem o meu também está, mas, se tiver mal, o meu também fica mal de tristeza”, declarou.

 

São histórias como estas que a estudante de Medicina, Mariana Braga, de 22 anos, se deparava todo dia da ação. “É um trabalho onde há afetividade, já que fomos muito bem acolhidos pelos gestores e pacientes e acolhemos também a efetividade no atendimento, que tem resultados quase imediatos. Vou ficar com saudades”, revelou.

 

E saudade é o sentimento que definia a presidente da ONG Círculo do Coração, Sandra Mattos, antes mesmo do encerramento do atendimento. “Hoje é o dia mais difícil porque é a despedida, pois, na verdade, a gente recebe muito mais destas famílias do que o contrário. Nós somos alimentados pelo sorriso das crianças que nos dá a sensação de dever cumprido e, apesar de ser um trabalho percorrendo 13 cidades, em 13 dias, sem parar um instante sequer, não cansamos. Estamos renovados”, enfatizou.

 

O governador entregou a uma das mães atendidas, a declaração onde constava que Isabella Maytê, de dois anos, foi a paciente de número dois mil da 5ª Caravana. Ela foi cirurgiada no mutirão realizado no Hospital Geral de Mamanguape, em 2015 e todo ano retorna para fazer o acompanhamento.

 

A Caravana começou por Cajazeiras, seguiu por Sousa, Catolé do Rocha, Pombal, Patos, Itaporanga, Princesa Isabel, Monteiro e Esperança, Picuí, Guarabira, Itabaiana e Mamanguape.