Ricardo Coutinho classifica obra da Lagoa como “sofrível” e truculenta

“Sofrível” e uma “truculência”. Estas foram as palavras usadas pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) para definir a obra do Parque Sólon de Lucena (Lagoa). O chefe do Executivo Estadual não poupou críticas ao prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD). Ricardo ainda afirmou que as obras da Lagoa “mais dias, menos dias”, serão investigadas.

“O projeto é sofrível, quando eu vi aquela tira onde as pessoas descem do ônibus e se equilibram em meio metro, eu não sei como se pensou ou como não se viu aquilo. Eu não sou arquiteto e nem engenheiro mas hoje, por exemplo, eu cheguei no parque de Bodocongó e vi um banheiro que estava na frente virado pro açude e eu pedi para por atrás, pois na frente eu queria uma lanchonete. São cuidados e olhares que é preciso ter. A truculência não é só do acidente de um ônibus, a Lagoa esconde outras coisas, que serão, mais dias menos dias, objeto de investigação mais profunda”, relatou.

Ricardo também questionou o destino incerto das 200 mil toneladas de lixo, já que, de acordo com ele, esse volume de lixo não foi registrado no aterro sanitário.

“Eu acho que é preciso explicar algumas coisas, não se pode ter 200 mil toneladas de lixo retirados dali  e alguém ficar repetindo isso como se todo mundo fosse imbecil, essa é a quantidade de lixo que o Brasil todo reproduz em um dia, se fosse tirar uma quantidade dessa, a lagoa ficaria com 12 metros de profundidade, além do lixo não ter registro de entrada no aterro sanitário”, analisou.

O problema com os engarrafamentos na Lagoa, de acordo com o socialista, só teria solução com a implantação dos transportes Bus Rapid Transit (BRT), este tipo de transporte conta com três compartimentos, e é um sistema de transporte coletivo de passageiros que proporciona uma mobilidade urbana mais rápida.

“Para fechar a lagoa nos dias de hoje, o ideal seria o uso do transporte coletivo Bus Rapid Transit (BRT), porque você tem 420 ônibus, que todas eles passam pelo centro da cidade, imagine o aporte de ônibus para aquela região, se você retirar e jogar tudo para as redondezas, naturalmente terá sempre a ocorrência de engarrafamento, com um BRT, você teria poucas linhas já que a grande maioria seria interbairros”, explicou.

Ricardo finalizou suas criticas a obra falando sobre os alagamentos ocorridos na Lagoa.

“Queria muito que o resultado fosse bom, mas eu tenho todas essa dúvidas, o problema de alagamento da lagoa é o escoamento, você pode ter um pequeno reservatório e ter um escoamento que leve toda água. O problema é quando você chega na Praça Aristides Lobo, o erro é uma grande galeria tornar-se um tubo de 60 centímetros. É essa passagem que a prefeitura está fazendo que tem que ser dada continuidade como uma grande galeria, mas já deixou a desejar, pois já estourou”, avaliou.