“Receita para o impeachment de Dilma está quase pronta”, sentencia senador paraibano

Após a segunda sessão consecutiva do Congresso para a análise de vetos presidenciais ser derrubada, e com a rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nesta quarta-feira (7), a “receita do impeachment” está quase pronta, segundo afirmou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).

“O impeachment é um processo que exige alguns pré-requisitos. Primeiro, o crime de responsabilidade fiscal, que ficou caracterizado com a rejeição das contas pelo TCU”, disse o senador tucano, que foi cassado em 2009 pela Justiça Eleitoral do governador de governador da Paraíba.

“O segundo, o ambiente político, que está cada vez mais maduro nessa direção. E o terceiro, a insatisfação popular. Porque esta Casa, o Congresso, representa o povo, e povo brasileiro não tolera mais esse estado de coisas”, afirmou o parlamentar paraibano. “Então, os ingredientes começam a se misturar, e a receita para o impeachment de Dilma está quase pronta”, completou Cunha Lima.

Segundo o líder do PSDB, a gestão de Dilma foi submetida a “humilhação” com a segunda sessão seguida do Congresso derrubada por causa da ausência de deputados em plenário, e criticou a reforma ministerial feita pelo governo com o objetivo de ampliar o apoio na Câmara.

“É o suprassumo da humilhação política a que a presidente está sendo submetida, fruto de um modelo que está esgotado. O país não suporta mais a política do toma-lá, dá-cá”, disse o senador.

Após a sessão do Congresso ser encerrada por falta de quórum entre os deputados, a Câmara deu início a uma sessão da Casa com a presença de 428 parlamentares.

O fato foi visto como mais uma derrota do governo em conquistar o apoio dos deputados, uma semana após a reforma ministerial ampliar o espaço do PMDB – maior partido da base aliada – no ministério da presidente Dilma. O PMDB cresceu de seis para sete pastas, e os ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia foram dados a deputados do partido.

Entre os vetos presidenciais que estavam na pauta havia o que impedia o reajuste salarial médio de 59,5% aos servidores do Judiciário, e o veto à extensão a todos os aposentados da política de valorização do salário mínimo. Esses dois itens, se aprovados, podem aumentar as despesas do governo em R$ 47,2 bilhões até 2019.