Reitor extrapola gastos e Estado injeta R$ 21 milhões para UEPB pagar o 13º salário

O reitor da Universidade Estadual da Paraíba, professor Rangel Júnior, admitiu, nesta segunda-feira (15), durante entrevista à Rádio Arapuan FM, que a instituição não dispõe de recursos financeiros para efetuar o pagamento do 13º salário dos servidores. É o terceiro ano seguido que a UEPB chega ao final do ano em crise financeira.

Assim como ocorreu em 2012 e 2013, o pagamento do 13º dos servidores da UEPB deste ano só será possível graças à intervenção do Governo do Estado, que terá que fazer uma suplementação de R$ 21 milhões para evitar que a universidade feche 2014 inadimplente com os servidores e professores.

A crise financeira instalada na UEPB é atribuída exclusivamente à falta de planejamento do reitor Rangel Júnior. Servidores culpam a atual gestão de destinar 89% dos recursos da instituição apenas ao pagamento da folha de pessoal.

Ao contrário do que argumenta do reitor Rangel Júnior, o secretário de Planejamento do Estado, Thompson Mariz, afirmou nesta segunda-feira à Rádio Arapuan FM, em João Pessoa, que não é responsabilidade do Governo o fato de a UEPB está sem recursos em pagar o 13º dos servidores.

Para o secretário, o problema é de má gestão. “Não há atraso, não houve corte nenhum, em nenhum momento. O Governo manteve o duodécimo em dia e fez mais um aporte de R$ 10 milhões de suplementação”, frisou Thompson Mariz.

Segundo o secretário, o problema foi que a gestão da UEPB não fez a reserva de 1/12 avos, que a instituição deveria ter feito, para o pagamento da folha no final do ano. “Todo órgão deve fazer. Era preciso ter feito uma reserva para pagar o 13º e isso não foi feito”, enfatizou.

“A UEPB é autônoma e para isso recebe o recurso, mas não é soberana. Ela não pode pegar o recurso e fazer o que quer”, completou Thompson Mariz, que por vários anos foi reitor da Universidade Federal de Campina Grande.