Pré-candidato do PT diz que Cartaxo usa o partido para censurar a imprensa de JP

Nesta semana um portal de notícias de João Pessoa recebeu uma ‘Mandado de Citação e Notificação’ por veicular críticas ao prefeito Luciano Cartaxo. Entre as matérias anexadas como “provas” pelo Partido Social Democrático (PSD), autor da representação contra o site ParaíbaJá, estão textos com falas do Professor Charliton Machado denunciando e discordando de várias ações da gestão municipal.

Informado sobre o ocorrido, o Professor Charliton Machado, pré-candidato do PT a prefeito de João Pessoa, desaprovou a forma como o prefeito, através do seu partido, tenta calar a imprensa local: “Me impressiona, e assusta, o fato de estamos vivendo na nossa cidade um momento em que a imprensa é questionada por divulgar opiniões que criticam a forma como a Capital paraibana está sendo governada. Quer dizer que os veículos só podem divulgar coisas favoráveis da Prefeitura e do prefeito? Para mim isso tem um nome, e se chama Censura”.

No documento enviado para o portal, entre as justificativas está que as matérias veiculadas “são contrários aos interesses do pré-candidato Luciano Cartaxo Pires de Sá”, e ainda existe a colocação que “ao invés de serem veiculadas excessivas notícias positivas em favor do pré-candidato a reeleição, difunde-se um verdadeiro tsunami de notícias negativas”.

Para o Professor Charliton Machado, a interpretação que pode ser dada é que a imprensa só deve publicar textos de interesse da gestão municipal, e que elas aconteçam de forma abundante: “Essa peça é verdadeiramente algo surreal, e que eu não esperava ver em pleno Século XXI. As críticas que fazemos contra a gestão é apenas fruto da sua incompetência, incapacidade e falta de compromisso com a cidade”.

 

“É a própria Prefeitura que gera pautas negativas sobre si, e isso acontece quando não consegue explicar as informações da CGU sobre o desvio de mais de R$ 10 milhões da obra da Lagoa. Quando não é transparente sobre a contratação de mais de três mil funcionários em apenas 90 dias. Quando cumpre apenas 6% das solicitações aprovadas pela população através do Orçamento Participativo. Quando abandona os Conselhos Tutelares. E esses são apenas alguns problemas que essa gestão não quer que a população saiba”, destacou.

 

Ainda sobre a representação, o juiz eleitoral Ferreira Ramos Júnior indeferiu o pedido de liminar, e na sua justificativa colocou que “a mera divulgação de críticas a atual administração municipal não configura propaganda eleitoral extemporânea negativa”.