Ouça: CRM ameaça interditar Trauminha se a PMJP não resolver problemas em 30 dias

As deficiências do Ortotrauma de Mangabeira, o Trauminha, ainda estão rendendo debates. O relatório, que foi feito pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), após a fiscalização no hospital na última segunda-feira (04), está sendo distribuído ao longo desta quarta-feira (06) para o Ministérios Público da Paraíba e Federal (MPPB e MPF), Secretaria de Saúde de João Pessoa (SMS) e demais órgãos competentes. Neste relatório, o CRM dá um prazo de 30 dias para que o prefeito Luciano Cartaxo e o secretário Adalberto Fulgêncio faça as correções sugeridas. As informações foram dadas, em entrevista ao Paraíba Já, pelo diretor do departamento de fiscalização do CRM, Dr. João Alberto Moraes Pessoa.

O diretor sugeriu ideias na tentativa de minimizar os danos causados aos pacientes que dependem do bom funcionamento do Hospital. “A sugestão do departamento de fiscalização foi fornecer o prazo de 30 dias para que o hospital se adequasse sob o risco de interdição, pelo menos setorial, se a gente não puder fazer na sua integralidade. Segundo, passamos para o MPF a condição de poder, através de mecanismos jurídicos, atuarem junto conosco para que se resolvam os problemas dos pacientes, para que se não houver condições de a unidade pública não resolver, transferir para a unidade privada. Basicamente é isso. A minha ideia é que se porventura, nesses 30 dias, caso não sejam sanadas as dificuldades no Trauminha, resolvendo as cirurgias dos pacientes de longa permanência, a minha ideia era que, se houvesse possibilidade que a Secretaria de Saúde, fora as interdições parciais que a gente vai começar a fazer depois de 30 dias, que a Justiça pudesse fazer o sequestro financeiro para que esses pacientes que não estão sendo operados, tenham a cirurgia realizada na rede privada”, explicou.

Ouça:

De acordo com o Dr. João Alberto, o relatório só se tornará público depois que os principais interessados no caso tenham acesso a ele. “O relatório foi entregue ao Ministério Público, foi entregue a CAOP, foi entregue a Procuradoria da República e ao secretário de Saúde do Município. O documento ainda não é público, porque no momento eu ainda preciso distribuir a todos os interessados, a exemplo da direção do Hospital, que ainda não recebeu. Eu entreguei em mãos a esses que citei. É complicado entregar nas mãos da imprensa antes que chegue as mãos do interessado”, afirmou.

O médico ressaltou ainda as más condições do ambiente. “Há baratas lá. Isso existe, como existe uma falta de roupas no hospital, a ponto de os familiares estarem levando roupas para o hospital, camas com roupas trazidas de casa. Há pacientes que não estão tomando banho do dia porque não podem molhar o lençol, porque não tem outro lençol para colocar. Isso tudo foi amplamente divulgado. Agora, o relatório escrito, vamos distribuir para os principais envolvidos, e numa segunda fase, a imprensa tomar conhecimento”, revelou.