A classe política paraibana amanheceu nesta quarta-feira (8) com algumas perguntas no ar, depois do desabafo feito no dia anterior pelo prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), quando provocado pela imprensa a comentar a convenção tucana, programada para acontecer no próximo sábado (10), em João Pessoa.

Como se sabe, Romero é pré-candidato a governador e, há algum tempo, vem reclamando do tratamento que tem recebido de figuras de proa do ninho tucano paraibano. Chegou até a nominar publicamente o atual presidente da sigla, o ex-deputado federal Ruy Carneiro, que será reconduzido ao comando do PSDB na convenção do próximo sábado.

À época, Romero acusou Ruy de renegar sua pré-candidatura em detrimento da do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD). Dias depois, Ruy foi a Campina Grande e, aparentemente, acabou selando a paz com Romero. O mesmo trajeto foi feito na sequência por Cartaxo, que desceu a Serra falando em “unidade das oposições”.

Quando tudo parecia que estava às mil maravilhas na oposição, eis que surge Romero, em tom de desabafo, fazendo uma previsão extremamente emblemática sobre o cenário político da Paraíba para o ano que vem.

Para rememorar quem ouviu e para situar quem não ouviu, abaixo seguem o áudio da fala de Romero e a transcrição da fala:

 

“Não adianta a gente falar em candidatura esse ano, porque partido nenhum vai decidir, nem fazer opção, nem vai bater o martelo numa candidatura com tamanha antecedência. As candidaturas e as postulações se mantêm. Eu só não vou fazer, repito, com obsessão. Tá muito desestimulante a política no Brasil, imagine na Paraíba. Aliás, eu tenho a impressão que as candidaturas no próximo ano vão se registrar na Central de Polícia e não mais no TER (Tribunal Regional Eleitoral). Então, tá muito desgastante esse processo eleitoral paraibano e eu, sinceramente, não estou com estimulo para estar dando sequência a um debate político, quando na verdade a gente tem muita coisa fazer, tem obrigação a cumprir e tem que administrar uma cidade com a complexidade que é Campina. Portanto, neste instante, eu prefiro me concentrar nas atribuições em relação a questão da gestão municipal.

Sentiram o drama?

Afinal, quem Romero quis atingir quando misturou política com polícia?

Alguém se arrisca a dar palpites?

Com a palavra, o prefeito Romero…