Opinião: colunista nos transporta para o cinema francês, inigualável e essencial

“Por que tudo não pode ser como um bonito filme francês?”, diz uma frase atribuída a Chico Buarque. A face encantadora da cinematografia francesa segue permeando a imaginário e os corações de milhões de pessoas mundo afora.

Desde clássicos como A Bela da Tarde (1967) de Buñel, Joana D’Arc de Dreyer (1928), os filmes lúdicos e artesanais de George Méliès a fenômenos modernos como O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (2001) o cinema francês ocupa um lugar privilegiado na memória afetiva de cinéfilos e espectadores de um modo mais amplo.

A segunda mais importante matriz cinematográfica do mundo – atrás apenas dos EUA – o cinema francês coleciona obras-primas e filmes de forte expressão artística. Berço da Teoria do Autor, segundo a qual o diretor é o principal criador de um filme e seu único autor de fato, de movimentos como Nouvelle Vague e mestres como Jean-Luc Godart, François Truffaut e Alain Resnais.
O cinema francês tem uma identidade marcada, uma delicadeza na construção da narrativa, sofisticação no viés dramático, roteiros inteligentes, um timming e uma cadência que nenhuma outra matriz se assemelha em profundidade, porque é algo próprio da cultura francesa, do seu modo de pensar, sentir e produzir arte.

Filmes como Jules e Jim (1962), A Noite Americana (1973), Fahrenheir 451 (1966) de Truffaut, Acossado (1959), O Desprezo (1963), Bande à Part (1964), A Chinesa (1967) de Godart, Hiroshima, Meu Amor (1959) de Resnais são ilustrativos do estilo e da grandiosidade da filmografia francesa.

Todos esses clássicos somados a diversas outras obras-primas e ao cinema francês moderno e contemporâneo, que traz em destaque produções como o já citado Amelie Poulain, Piaf – Um Hino ao Amor (2007), O Profeta (2009), Intocáveis (2011), Ferrugem e Osso (2012), dentre vários outros compõem um mosaico artístico de forte expressão na Sétima Arte.

O Festival de Cannes segue como o maior e mais influente festival de cinema do mundo, projetando filmes, diretores, roteiristas, atores e atrizes para o circuito cinematográfico mundial. A França segue como uma grande vitrine para a Sétima Arte e a energia criativa dos realizadores franceses segue inesgotável, se renovando de geração em geração.

Um cinema sensorial, de dentro para fora, minimalista, que vai da parte para atingir o todo e consegue transmitir mensagens de forma sublime através dos frames em movimento, os signos imagéticos que constroem uma linguagem de apelo singular. Vai acontecer em João Pessoa, entre os dias 11 e 17 de junho, o Festival Varilux de Cinema Francês, no CineEspaço, do Mag Shopping. Uma excelente oportunidade para se deixar encantar, emocionar e ser sublimado pela beleza e sensibilidade de um dos melhores cinemas do mundo. É essencial e inigualável.