Nesta segunda, às 14h, no Memorial Zé de Moura, estará sendo lançada a programação da Rota Cultural Caminhos do Sol. Inicialmente envolvendo os municípios de Bernardino Batista, Poço José de Moura, Uiraúna, Joca Claudino e Triunfo. Certamente que outros deverão entrar no futuro. Este roteiro estará focado nas festas tradicionais e na cultura popular da região ou mesmo de outros estados. No próximo dia 6, num outro extremo, a cidade de Belém estará abrindo a Rota Cultural Raízes do Brejo. Além de Belém, Alagoinha, Duas Estradas, Lagoa de Dentro, Serra da Raiz, Borborema, Dona Inês e Pilõeszinhos estão nesta empreitada.

Temos convivido de perto, nos últimos dois ou três anos, com o sucesso da Rota Cultural Caminhos do Frio. Depois de uma crise interna que colocou em xeque o futuro da rota, o Fórum de Turismo do Brejo teve habilidade e sabedoria para dar a volta por cima. Em plena recessão, mais municípios foram incluídos e a programação passou a celebrar a Cultura Nordestina. Não temos dúvidas quanto ao salto que o evento deu, se não em todos, mas na maioria dos municípios. Destacamos Remígio que entrou com muita determinação, fortalecendo ainda mais os municípios parceiros.

A construção das rotas culturais abre a possibilidade para o desenvolvimento de uma ação cultural regionalizada, com participação efetiva das prefeituras, do Governo do Estado da Paraíba e dos demais parceiros valiosos (como o SEBRAE) que apostam no desenvolvimento econômico sustentável das diferentes regiões. Explorando as potencialidades de cada município e as culturas tradicionais que ainda resistem. Algo que promova um turismo de olhos espertos para a diversidade cultural, para o patrimônio histórico, para o meio ambiente e para os aspectos antropológicos tão relevantes na cultura paraibana.

Não é fáciltecer algo tão complexo quanto uma rota cultural. São muitos os interesses e desejos envolvidos. Sobretudo, tem que existir a decisão local euma necessária organização e articulação regional. Tem que existir credibilidade entre os parceiros. É preciso que exista também um compromisso com as produções e populações locais. Se as pessoas atravessam o mundo para visitar os desertos, como o deserto de Atacama, no Chile. Por que não haveriam de visitar as muitas belezas do Sertão, do Brejo, do Cariri. Algumas delas ainda inexploradas?

O fato é que a Rota Cultural Caminhos do Frio cresceu nos últimos dois anos, gerando novas demandas na região. O certo também é que se não houve o desenvolvimento da Rota Cultural da Coluna Prestes, a sua abertura em Uiraúna no dia 5 de fevereiro de 2017, acabou semeando o que virá a ser a rota Caminhos do Sol e poderá estar provocando pequenas rotas nos municípios por onde passou. Atualmente se discute também a Rota Cultural Caminhos do Vale, em Sousa. Um pouco adormecida está a rota do Vale do Sabugi, mas cheia de possibilidades.

Nessa construção, a pluralidade e o republicanismo são ponto de partida. A discussão partidária fica de fora. Logicamente, sem que as pessoas se afastem das suas convicções e das suas áreas de interesse. Mas, o olhar soberano acerca das possibilidades de cada região deve prevalecer. É a Paraíba que importa.  Não há espaço para os agentes da velha política, sempre dispostos a sabotar o que transforma. As rotas culturais abriram os caminhos para uma atuação conjunta entre a cultura e o turismo para impulsionar o desenvolvimento econômico dos territórios. Este me parece um caminho sem volta.