Nonato Bandeira corre o risco de perder comando do PPS

Não bastasse a perda de seu principal padrinho político – o ex-prefeito Luciano Agra (PEN), que faleceu na última semana vitima de um AVC hemorrágico -, o vice-prefeito de João Pessoa, Nonato Bandeira (PPS), agora corre o risco de perder o comando do PPS na Paraíba caso uma articulação que visa fundir o partido com outras três legendas se consolide.

Em âmbito nacional, o PSB, o PPS e o Solidariedade começam a discutir uma fusão que pode resultar no terceiro maior partido da Câmara, com 59 parlamentares ( PSB elegeu 34 deputados, o Solidariedade, 15, e o PPS, 10). A nova legenda faria oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff e teria como principal objetivo viabilizar uma alternativa política no país à polarização entre PT e PSDB.

Informações repassadas à reportagem do PB Agora dão conta que a fusão pode ainda contar apenas com PPS, PV e Solidariedade, excluindo o PSB, já que parte do partido ainda apóia a petista. Diante de um cenário de incerteza para a legenda, os socialistas desistiram dos planos de ampliar o partido.

Na Paraíba, quem comandaria esse novo bloco de forças não seria nem Nonato (presidente do PPS), nem Sargento Denis (presidente do PV), mas sim o deputado federal Benjamin Maranhão (SD), que é o único dos quatro partidos que detém a titularidade de um mandato na Câmara dos Deputados.

Enfraquecido politicamente, o vice prefeito de João Pessoa, Nonato Bandeira, que abraçou o projeto de Cássio Cunha Lima (PSDB) nas últimas eleições e que rompeu politicamente com o governador Ricardo Coutinho (PSB) estaria na torcida para que o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, não acate a fusão e assim ele não venha a perder as rédeas da legenda no Estado.

Para piorar a situação, Nonato disputou uma das vagas na Assembleia Legislativa da Paraíba nas eleições de 2014, mas obteve apenas 10.378 votos.

FUSÃO EM XEQUE

Há um entrave, porém, para as negociações: a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proíbe deputados de outros partidos de migrarem para legendas oriundas de uma fusão. Pela súmula em vigor, somente parlamentar das siglas que se fundiram poderiam mudar de agremiação sem colocarem em risco seus mandatos.

Essa não é a primeira vez que o PPS alimenta a tese de fusão. Em 2013 foi ventilada a possibilidade de o partido se fundir com o PMN, mas a tese foi abortada.

PARTIDOS JÁ CRIARAM BLOCO DE OPOSIÇÃO

Líderes de PSB, PPS, PV e Solidariedade  fecharam acordo em almoço na última quarta-feira (09), em Brasília, para criar uma frente parlamentar de oposição no Congresso Nacional.

Eles devem oficializar a candidatura do deputado Julio Delgado (PSB-MG) para disputar a presidência da Câmara.

O novo bloco reunirá 67 representantes na Casa, bancada equivalente à do PMDB, o segundo maior partido, com 66 deputados – o PT elegeu setenta.

A nova Frente de Oposição será oficializada na próxima terça-feira e marca a escolha de uma posição mais animatagônica do PSB e do PV em relação ao governo Dilma Rousseff – os dois partidos pregavam postura independente.

O grupo ainda pretende atrair PSDB e DEM em apoio à candidatura de Delgado. (Felipe Frazão, de São Paulo)

PB Agora