Músicas brasileira e espanhola são temas de concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba

O romantismo, as paixões, a dança nativa da Espanha e do Brasil dão a tônica do concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba desta quinta-feira (24). A apresentação, que começa às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira (Espaço Cultural José Lins do Rego), tem como convidado o pianista capixaba Aleyson Scopel, em sua primeira apresentação em João Pessoa, e regência do maestro Luiz Carlos Durier. A entrada custa R$ 2 (estudante) e R$ 4 (inteira).

A apresentação abre com o “Concerto n° 2 para Piano e Orquestra em Dó menor, Op. 18”, de Sergei Rachmaninoff. Composto em 1901, segue o esquema clássico-romântico, com uma seção lenta entre dois extremos de caráter mais animados. O tratamento de maneira bastante livre aproxima a partitura do gênero fantasia ou mesmo da rapsódia. Constantes diálogos e embates travados entre o solista e a orquestra fazem da obra um perfeito concerto para solista e acompanhamento orquestral.

Em seguida, será executada a “Dança Nordestina para Orquestra”, do maestro paraibano José Siqueira, composta em Paris em 1956. A obra ressalta os valores musicais autênticos do nordeste brasileiro. Esta peça foi originalmente concebida para piano, vindo depois ganhar uma versão orquestral realizada pelo compositor. Um artista convicto de sua nacionalidade, maduro e refinado, dando alto grau estético ao balanço musical nordestino.

A ópera “La vida breve” foi fruto da juventude de Manuel de Falla. Na obra, há influência do impressionismo e romantismo tardio. No entanto, é nítido um forte componente nacionalista e uma busca por economia de meios artísticos para se expressar. Esta dança ganhou notoriedade de peça de concerto sinfônico e muitas outras versões para música de câmara.

O exótico “Capricho Espanhol, Op. 34”, pretendido inicialmente como uma obra para violino e orquestra, tornou-se uma composição puramente orquestral. Os temas foram extraídos da coleção Ecos de Espanha, de José Inzenga, muito em moda na época. A peça é composta em cinco andamentos interligados. A Alvorada alegre é interpretada por toda a orquestra, abre como um convite à dança. Nas Variações que segue há um belo momento de profundo lirismo nas vozes das trompas, corne inglês e em todas as cordas. A Alvorada volta viva e estrepitosa, mais uma vez deslumbrante. O Canto Cigano é o momento mais importante da obra com cadências de metais, violino, flauta, clarinete e harpa. O Fandango Asturiano encerra a obra recapitulando as melodias anteriores de forma otimista e brilhante.

De acordo com o maestro Durier, o concerto tem caráter didático e de interação com a cultura de outros países. “A OSPB aprende tocando, exercita seu potencial artístico e comove o público. Apresentando em conjunto belas obras musicais cumpre, também, sua função social e leva a música para população como diversão de alta qualidade”.

Aleyson Scopel (pianista) – Aclamado como um dos talentos musicais mais brilhantes a surgir no Brasil na atualidade, o pianista Aleyson Scopel é conhecido por seu perceptivo lirismo e sobriedade técnica, conferindo volatilidade emocional a suas apresentações. Aleyson percorre as mais importantes salas de concerto do Brasil, frequentemente à frente de suas principais orquestras, incluindo as Sinfônicas Brasileira, de São Paulo, Bahia, Porto Alegre, Ribeirão Preto e as Filarmônicas de Minas Gerais e Espírito Santo. No exterior, foi solista convidado da Springfield Symphony e da New England Conservatory Symphony Orchestra nos Estados Unidos, da Wollongong Symphony na Austrália, e da Orquestra do Norte de Portugal.

Apresentou-se ainda como camerista e recitalista nos Estados Unidos, Europa e Ásia. As salas de concerto incluem Carnegie (Weill) Hall (Nova Iorque); Jordan Hall (Boston); Steinway Hall (Londres); Palau de la música catalana e Reial Cercle Artístic (Barcelona); Conservatório de Atenas (Grécia); Sala São Paulo, Sala Cecília Meireles e Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Detentor dos prêmios Nelson Freire e Magda Tagliaferro, foi laureado em diversos concursos internacionais, tais como William Kapell, Villa‐Lobos, Corpus Christi, Kingsville e Southern Highlands International Piano Competition. Além das obras‐primas dos grandes compositores do repertório pianístico, Aleyson possui ávido interesse por peças contemporâneas que traduzem a modernidade idiomática do instrumento.

Seu primeiro CD, aplaudido pela crítica, reflete suas múltiplas facetas, com gravações ao vivo de obras de Scarlatti, Mozart, Schumann e Almeida Prado. Sua execução das Cartas Celestes I, de Almeida Prado, foi assim descrita pelo compositor: “Saíram diretamente do céu! Chuvas de meteoros, radiantes constelações, nebulosas resplandecentes e um vigor transcendental marcaram a genial interpretação deste imenso pianista. Maravilhoso!”. Prado viria a dedicar o XV volume da série a Scopel.

Os primeiros acordes de Aleyson ao piano foram aos 14 anos de idade, para pouco depois formar‐se com a mais alta distinção no New England Conservatory of Music, em Boston. Estudou na classe da professora Patrícia Zander e recebeu da instituição o prêmio Blüthner. No Brasil, prosseguiu orientado por Celia Ottoni e Myrian Dauelsberg.

Luiz Carlos Durie (regente) – Natural de João Pessoa (PB), Luiz Carlos Durier é o regente titular da OSPB Jovem há 18 anos. Seu trabalho direcionado para jovens músicos em formação tem reconhecimento em todo o Brasil. As suas interpretações cativantes e criativas produzem sempre sucesso de público e crítica. Sob sua batuta já se tornou tradição a Jovem apresentar estreias mundiais com excelente qualidade técnica e artística. Em setembro de 2013, foi nomeado diretor artístico e regente titular da OSPB.

Na UFPB, concluiu o ensino superior de Música nos cursos de Licenciatura e Bacharelado. Desde que chegou à Escola de Música Anthenor Navarro (Eman), em 1991, lidera atividades de educação musical ensinando Musicalização, Viola e Música de Câmara e Regência. Participou das XIX e XX Semana da Música da UFRN como professor da classe de regência. Na UEPB, está realizando o Curso de Especiação Em Fundamentos da Educação – Práticas Pedagógicas Interdisciplinares.

Como regente convidado, conduziu a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, Orquestra Sinfônica do Estado de Sergipe, Orquestra Sinfônica da UFRN e Orquestra Criança Cidadã do Recife. Regeu a Orquestra de Cordas da 29ª e 30ª Oficina de Música de Curitiba. Na sua formação como regente, foi aluno de Wolfgang Groth, Nelson Nuremberg e Guilhermo Scarabino. Desde 2005, estuda com o maestro Osvaldo Ferreira. Participou de Master Class com os maestros Kurt Masur e, recentemente, com Dante Anzolini. Ainda teve como mestres o maestro José Siqueira, José Alberto Kaplan, Iara Bernette, Violeta de Gainza, Guilhermo Campos e Horácio Schafer.

Conduziu a OSPB na gravação ao vivo do CD da cantora Marines e sua Gente, do DVD Sivuca e os Músicos Paraibanos. Tem acompanhado com frequência artistas populares com a OSPB e OSPB Jovem em grandes concertos populares, tais como: Ângela Ro Ro, Arnaldo Antunes, Tico Santa Cruz e Renato Rocha (Detonautas), Flávio José, Genival Lacerda, Alcione, Toninho Ferragutti, Geraldo Azevedo, Dominguinhos e Zélia Duncan, sempre com grande sucesso de público e crítica. No ano de 2012, recebeu a Comenda de Honra ao Mérito, pelo brilhante desempenho profissional frente à OSPB.

Serviço:

11º Concerto Oficial da Orquestra Sinfônica da Paraíba

Solista: Aleyson Scopel (pianista)

Regência: Maestro Luiz Carlos Durier (titular)

Data: 24/09 (quinta-feira)

Hora: 20h30

Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira (Espaço Cultural José Lins do Rego)

Ingresso: R$ 4 (inteiro) e R$ 2 (estudante)

Bilheteria: a partir das 16h

Mais Informações: (83) 3211-6228