MPF anuncia instauração de inquéritos civil e policial para investigar a obra da Lagoa

O procurador da República Yordan Delgado revelou, agora há pouco, durante coletiva de imprensa, que o Ministério Público Federal (MPF) dará continuidade às investigações acerca das irregularidades apontadas pela Controladoria Geral da União (CGU) na obra de revitalização do Parque Solon de Lucena – Lagoa. Ele está concedendo entrevista, neste momento, na sede da Procuradoria Geral da República (PGR), no Centro da Capital.

O procurador revelou, ainda, que foram instaurados inquéritos civil (MPF) e policial (Polícia Federal) para investigar as denúncias. Ele explicou que divergências de informações repassadas pelas empresas envolvidas na obra reforçam a necessidade de continuidade das investigações.

Yordan Delgado informou que, na primeira fase de depoimentos, foram ouvidos os empresários Eduardo Ribeiro Victor, da empresa Compecc, e João Ferreira da Luz Junior, da construtora JGA, além de um fiscal de uma das empreiteiras. Na sequência, serão ouvidos secretários da Prefeitura de João Pessoa.

As suspeitas de desvio de recursos nas obras da Lagoa vieram à tona depois da divulgação de um relatório elaborado pela Controladoria Geral da União. Após fiscalizarem os serviços, os auditores da CGU apontaram um sobrepreço de quase R$ 10 milhões. O fato gerou o pedido de instalação de uma CPI na Câmara Municipal.

A Compecc é a empresa responsável pela parte de infraestrutura da obra, que compreende a drenagem, dragagem e a reparação de um túnel. Já A JGA está encarregada da urbanização e paisagismo, como a recuperação das calçadas do anel interno e externo e construção dos novos quiosques da Lagoa.

“No relatório, a CGU aponta mais irregularidades na parte de infraestrutura, que diz respeito à Compecc. Nós ouvimos o representante da empresa e eles solicitaram que nós ouvíssemos um fiscal, que foi agendado para o dia 17. Até agora, só essas pessoas foram ouvidas. Nós vamos ouvir o secretário de Infraestrutura e o engenheiro responsável pela fiscalização da obra também”, disse o representante do MPF, acrescentando que dois crimes podem ter sido cometidos pela Prefeitura de João Pessoa: improbidade administrativa e peculato – desvio de recursos públicos.