Motta tenta justificar eminente retirada de apoio do PMDB ao governo Dilma

O deputado paraibano Hugo Motta, uma das principais lideranças do PMDB na Câmara Federal, comentou sobre a decisão tomada na convenção nacional do partido, realizada no último sábado (12), de decidir, num período de 30 dias, se mantém ou se rompe a aliança com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

“Foi um gesto de coerência interna para que a gente possa sair mais forte e unido desse processo. Acredito que essa é a vontade não só do vice-presidente Michel Temer, que foi reeleito por unanimidade no último sábado (12), como também da larga maioria do partido”, ressaltou Hugo Motta.

Perguntado se a provável chegada de Lula no Ministério de Dilma poderia influenciar na decisão do partido e levar o PMDB a seguir na base de sustenção do Governo Federal, ele desconversa.

“Não há duvidas de que o presidente Lula tem uma melhor interlocução política com todos os partidos (da base aliada), são só com o PMDB, mas todos os integrantes que hoje compõem o Governo. Isso é fato”, reconhece o deputado.

“Porém nós temos que saber que a condição em que o presidente Lula chega ao Governo  é uma condição totalmente diferente daquela que ele poderia ter ajudado a conduzir anteriormente”, pondera ele.

“Primeiro,  (tem de se avaliar) como essa condução (de Lula ao Ministério de Dilma) será entendida pela sociedade, porque setores da oposição já dizem aí aos quatro cantos do país que o presidente Lula está sendo alçado ao cargo de ministro para, na verdade, ter a prerrogativa de foro privilegiado, para que os processos que o envolvem na operação Lava-Jato subam para Brasília”, revela Hugo Motta, expressando apreensão quanto a essa possibilidade.

“Um segundo fator preocupante é que a situação do  governo é uma situação muito difícil. A condição que ele (Lula) chega é de muito dificuldade onde a relação está desgastada com toda a base aliada”, acrescenta.

O deputado paraibano ainda avaliou que se faz  necessário um caminho rápido para resolver os impasses políticos pois, de acordo com ele, são os principais fatores de agravamento da crise econômica.

“Essa crise política desencadeia todas as outras crises, tirando do país condição de recuperar credibilidade para a partir daí se recuperar economicamente”, concluiu.