Manoel Jr. esquece críticas do passado e diz que PMJP está “tranquila” com investigação da PF

O vice-prefeito ressaltou ainda que a Prefeitura tem prestado todas as informações

Um dos primeiros políticos a denunciar as irregularidades na obra da Lagoa e chamar o caso de “gravíssimo”, o atual vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Junior (PMDB) mudou da ‘água pro vinho’ a sua opinião sobre o projeto que tem sido destaque no noticiário local por conta das investigações sobre suposto desvio de recursos e superfaturamento.

Manoel Jr. esquece críticas do passado e diz que PMJP está "tranquila" com investigação da PFNa manhã desta segunda-feira (10), em entrevista ao programa Café com Notícia, da TV Master, Manoel Junior destacou que a obra da Lagoa incomoda muito. “Quem resgatou o parque da Lagoa fomos nós. Hoje é o ponto turístico mais visitado e eu nunca fui crítico da obra. O que eu critiquei foi que a Prefeitura de João Pessoa prestasse esclarecimentos sobre a denúncia”, disse.

Manoel Júnior ressaltou ainda que a PMJP tem prestado todas as informações solicitadas pelas autoridades, e que os inquéritos produzidos pela Polícia Federal e Ministério Público Federal sobre as irregularidades constatadas na obra não informam nada demais. “Estamos literalmente tranquilos com relação a isso”, afirmou.

Antes da aliança

Antes da aliança que reelegeu Luciano Cartaxo (PSD)  prefeito de João Pessoa, o peemedebista chegou a defender a investigação da obra pelas autoridades, além de reclamar da morosidade e das denúncias de desvio de recursos públicos em diversas obras da PMJP

“A administração de João Pessoa carece de atenção. Mais de 1 bilhão de obras conveniadas e a PMJP correndo o risco de perder esses recursos por lentidão e morosidade”, lamentava Manoel Júnior. à época.

Relembre as críticas feitas por Manoel Júnior antes de se aliar a Cartaxo:

Operação da Polícia Federal

No dia 2 de junho deste ano, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Irerês para investigar denúncias de irregularidades na obra da Lagoa. Segundo a PF, o objeto da investigação é um contrato de repasse entre Ministério das Cidades e a Prefeitura de João Pessoa. As primeiras suspeitas sobre o projeto de requalificação do parque foram levantadas ainda em 2015 pela Controladoria Geral da União (CGU).

Laudos técnicos produzidos pela Polícia Federal apontam prejuízo aos cofres públicos estimado em R$ 6,4 milhões. Foram cumpridos dois mandados judiciais de busca e apreensão em João Pessoa, um na sede da Compecc, empresa contratada para executar a obra investigada, e outro na residência do proprietário da empreitiera, no bairro de Manaíra.

Os mandados foram expedidos pela 16ª Vara da Justiça Federal em João Pessoa. Além dos mandados, a Justiça Federal também tornou indisponíveis bens da empresa investigada e proibiu que a Prefeitura de João Pessoa realize novos pagamentos referentes ao contrato de repasse.

De acordo com o procurador-geral de João Pessoa, Adelmar Régis, a prefeitura não é alvo da operação, tanto que não houve busca e aprensão na casa de nenhum servidor. Ele disse que vai aguardar o resultado das investigações e está à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento.

O nome da operação é uma alusão ao Irerê, espécie de marreco que era abundante nas águas da lagoa. Tanto que, até o início do século XX, antes da urbanização do parque, o local era conhecido como “Lagoa dos Irerês”. Ainda de acordo com nota enviada pela PF, o processo corre em segredo de Justiça.

 

Quebra de sigilos

No dia 16 do mês passado, os inquéritos civil e criminal do Ministério Público Federal e Polícia Federal, respectivamente, tiveram o sigilo quebrado, através de decisão da juíza da 16ª Vara Federal, Cristiane Mendonça Lage.

Em seu despacho, assinado no dia 9 de junho, a magistrada recomendou o levantamento do sigilo dos inquéritos que tramitam na PF e no MPF, justificando que antes, as investigações estavam em segredo de Justiça apenas para garantir os mandados de busca e apreensão realizados na primeira fase da Operação Irerês.