Mais um: deputado da PB teria recebido R$ 150 mil de propina da Odebrecht

Além do ex-senador Cícero Lucena (PSDB) e o senador paraibano Lindbergh Farias, eleito pelo PT do Rio de Janeiro, aparecerem na lista disponibilizada pela Odebrecht para a Operação Lava Jato como se tivessem recebido propina, o prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues e o deputado campinense e ex-ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP).

De acordo com o documento divulgado, Aguinaldo Ribeiro teria recebido R$ 150 mil de repasse da construtura Odebrecht. Estes e outros nomes compõe uma lista de mais de 200 políticos, apreendida pela Polícia Federal e revelada pela Lava Jato nesta terça-feira (22).

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Romero teria recebido R$ 300 mil no ano de 2014. Já Cícero aparece em duas ocasiões. Na primeira aponta que ele teria recebido R$ 150 mil em 2012 e na segunda, R$ 350 em 2014, este último em um ano em que ele não concorreu a nenhum cargo eletivo.

O prefeito de Campina Grande é primo do senador Cássio Cunha Lima, atual líder do PSDB no Senado e um dos defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff e uma das principais vozes contra o Partido dos Trabalhadores.

As planilhas estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como “BJ”. Foram apreendidas na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no dia 22.fev.2016.

Como eram de uma operação de 1 mês atrás e só foram divulgados públicos ontem (22.mar) pelo juiz federal Sérgio Moro, os documentos acabaram não sendo mencionados no noticiário sobre a Lava Jato.

As planilhas são riquíssimas em detalhes –embora os nomes dos políticos e os valores relacionados não devam ser automaticamente ser considerados como prova de que houve dinheiro de caixa 2 da empreiteira para os citados. São indícios que serão esclarecidos no curso das investigações da Lava Jato.

Os documentos relacionam nomes da oposição e do governo: são mencionados, por exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.