O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão de novos políticos no maior inquérito da Operação Lava Jato em andamento na Corte, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros Ricardo Berzoini e Edinho Silva, o chefe de gabinete da Presidência da República, Jaques Wagner, e os deputados paraibanos Aguinaldo Ribeiro (PP) e Manoel Júnior (PMDB).
No mesmo pedido, Janot pede investigação de outras 25 pessoas, incluindo parlamentares, ex-ministros, lobistas, doleiros e empresários, todos citados pelo senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) em sua delação premiada. No total, são 31.
Instaurado em março do ano passado, o inquérito no qual o procurador pede a inclusão dos novos investigados é um entre os mais de 40 da Operação Lava Jato em andamento no STF.
Esse inquérito apura denúncias de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção contra o que a PGR chama de “organização criminosa” que atuava para desviar dinheiro da Petrobras.
Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, autorizar a inclusão dos novos suspeitos no inquérito, que já conta com 39 investigados. Se for autorizada a inclusão, a investigação passa a ter como alvo 69 pessoas – um dos novos investigados, o deputado e ex-ministro Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) já era investigado no mesmo inquérito por outro motivo.
Tropa de Cunha
Entre os nomes que a PGR pede investigação estão alguns dos principais aliados de Eduardo Cunha. André Moura (PSC-SE), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Altineu Cortes (PMDB-RJ) e Manoel Junior (PMDB-PB) fizeram parte da CPI da Petrobras no ano passado.
Até então a “tropa de choque” do presidente da Câmara não figurava como investigada na Lava-Jato. Mas, de acordo com o procurador-geral Rodrigo Janot, “o avanço das investigações trouxe luz à atuação do núcleo do PMDB na Câmara, que tem como um dos seus líderes Eduardo Cunha”.
Janot chega a citar os quatro deputados e o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves, como alguns dos “comandados” por Eduardo Cunha.
Confira abaixo a lista dos investigados:
– Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República
– Jacques Wagner, ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência
– Ricardo Berzoini, ministro da Secretaria de Governo
– Edinho Silva, ministro da Comunicação Social
– Jader Barbalho, senador (PMDB-PA)
– Delcídio do Amaral, senador (sem partido-MS)
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
– Eduardo da Fonte, deputado (PP-PE)
– Aguinaldo Ribeiro, deputado (PP-PB)
– André Moura, deputado (PSC-SE)
– Arnaldo Faria de Sá, deputado (PTB-SP)
– Altineu Cortes, deputado (PMDB-RJ)
– Manoel Junior, deputado (PMDB-PB)
– Henrique Eduardo Alves, ex-ministro e ex-presidente da Câmara (PMDB-RN)
– Giles de Azevedo, assessor especial da Presidência da República
– Erenice Guerra, ex-ministra
– Antonio Palocci, ex-ministro
– José Carlos Bumlai, empresário
– Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula
– André Esteves, banqueiro, sócio do banco BTG Pactual
– Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia
– Milton Lyra, lobista
– Jorge Luz, lobista
– Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro
– José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras
– Lúcio Bolonha Funaro, doleiro
– Alexandre Santos, ex-deputado (PMDB-RJ)
– Carlos Willian, ex-deputado (PTC-MG)
– Joăo Magalhăes, ex-deputado (PMDB-MG)
– Nelson Bornier, prefeito de Nova Iguaçu e ex-deputado (PMDB-RJ)
– Solange Almeida, ex-deputada (PMDB-RJ)