Juiz autoriza depoimento de Duque à CPI presidida por deputado paraibano

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da operação Lava Jato na primeira instância, autorizou, nesta terça-feira (17), o depoimento do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, na próxima quinta-feira (19) à CPI presidida pelo deputado federal paraibano Hugo Motta (PMDB).

Duque é apontado por delatores como um dos protagonistas do esquema de corrupção na estatal e foi preso ontem pela Polícia Federal. Segundo o deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS, o depoimento na CPI da Petrobras ocorrerá na Superintendência da PF, em Brasília.

Como Duque foi convocado pela comissão, ele é obrigado a comparecer. O ex-diretor é suspeito de receber propina em contratos superfaturados da Petrobras. Duque foi apontado pelos delatores Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, e Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços, como o responsável de negociar e cobrar uma propina de 2% a 3% dos contratos da estatal que seriam destinados a PT, PMDB e PP.

Barusco, que era subordinado a Duque, afirmou em depoimento à CPI no último dia 10 que o ex-diretor tratava com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para o pagamento das propinas.

Duque chegou a ser preso em novembro passado, mas foi solto por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) com a condição de não deixar o país. O Ministério Público constatou que o ex-diretor movimentou dinheiro em contas na Suiça e enviou para o principado de Mônaco. Como há a suspeita de que o dinheiro é ilícito, o Moro determinou sua prisão novamente.

Em depoimento à Polícia Federal, Youssef afirmou que Duque aplicava “punições” a empresas que atrasavam o pagamento de propina ao alto escalão da estatal. Duque, no entanto, nega todas as acusações.