Jornalista diz que Defensoria Pública foi contra os pobres em ação a favor do racionamento

O jornalista Marcos Wéric escreveu um texto destacando a ação da Defensoria Pública do Estado contra os pobres, ao entrar na justiça e conseguir, através de decisão de uma juíza, a suspensão do fim do racionamento de água em Campina Grande.

Confira abaixo o texto.

Quando a Defensoria Pública age contra os pobres

O Brasil com certeza vive um dos momentos mais controversos de sua história e a torcida é que tudo isso se transforme numa catarse coletiva e saímos, todos nós, melhores de tudo isso. O momento é tão difícil que a gente assiste episódios como este do fim do racionamento de água em Campina Grande, onde vozes ousam se levantar contra. O mais controverso ainda é ver uma Instituição, que tem sua na gênese e na sua principal missão, defender os pobres, agir justamente contra eles.

Nenhuma das línguas que se levantaram contra o fim do racionamento na cidade de Campina Grande passou um segundo de sede; nenhuma das mãos que se ergueram contra a decisão de governo de devolver o direito do campinense de ter água nas torneiras, foi dormir suja depois de um longo dia de labuta; nenhuma das mentes que arquitetaram esse boicote ao povo de Campina, perdeu uma noite de sono esperando a água laminar para encher baldes, bacias e panelas.

 

Não se enganem, todos esses que são contra o fim do racionamento não sofreram os efeitos do racionamento, nenhum um dia dos dois anos e 10 meses que a Rainha da Borborema, se viu na iminência de um colapso de água.

 

Por tanto, o fim do racionamento beneficiará e/ou colocará fim ao sofrimento do povo mais humilde de Campina Grande, por isso, é quase inacreditável que a Defensoria Pública Estadual, tenha ingressado com uma ação pedindo a suspensão do fim do racionamento, atendendo a interesses diversos, menos daqueles para os quais deveriam estar fixamente o seu olhar.

 

A Defensoria Pública é na maioria das vezes a última esperança dos menos favorecidos de terem acesso a justiça e eu duvido muito que a instituição tenha sido procurada por algum cidadão de Campina Grande que sofra na pele os efeitos do racionamento. Também não quero acreditar que a peça que foi ingressada na justiça para barrar o fim do racionamento, tenha sido gestada em algum gabinete com puro viés politiqueiro.