Jornalista alerta prefeitos de Bayeux e Santa Rita para a falta de tempo para amadorismo

O articulista do Jornal da Paraíba, Laerte Cerqueira, comentou sobre os primeiros atos dos prefeitos Emerson Panta (PSDB) e Berg Lima (Podemos), de Santa Rita e Bayeux, respectivamente. Acontece que o jovem Berg resolveu suspender por dois dias os atendimentos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade alegando precarização do serviço. Já o de Santa Rita, armou um evento digno de Odorico Paraguaçu na literária Sucupira ao invés de resolver o longo atraso de salários de servidores ativos e inativos, herdados da gestão anterior.

Leia o artigo na íntegra:

 

Os prefeitos de Santa Rita, Emerson Panta (PSDB), e de Bayeux , Berg Lima (Podemos), não podem agir com amadorismo. Não têm tempo e,  em algumas situações, nem condições.

Estão gerindo duas das maiores cidades do Estado, nas quais se plantou uma expectativa grande, um desejo de renovação, de novas práticas e de autonomia em relação a João Pessoa. A população quer ter orgulho de onde vive.

Os moradores esperam que alguém desenterre “a cabeça de burro” que pode estar embaixo das suas terras e que, no dito popular, impede que alguém avance, progrida.

Berg, felizmente, depois de ver o erro que cometeu, agiu como gestor. Reabriu a única Upa da cidade, que atende até 300 pessoas por dia.  O fechamento foi de uma impulsividade que não cabe a ele, na posição que está.

Pensou em “manchar” a imagem do gestor que ficou para traz e tomou uma medida que prejudicou uma cidade inteira. Midiatizou um ato, talvez por influencia de assessores, mas não fez o mais importante: apresentar um solução rápida, administrativa.

No início, a tendência é compreender o “fechamento” por causa da falta de estrutura e medicamentos. Mas Berg foi eleito para dar soluções a isso.

Se não fosse assim, tinha deixado o prefeito anterior. Ao buscar o caminho mais fácil, fechar  a Upa, deu de cara com uma opinião pública que espera mais dele. Afinal, problemas bem maiores terá que enfrentar.

Berg foi em busca de parcerias para solucionar o problema da cidade na qual foi eleito para administrar. Ainda bem que agiu rápido. Mas viveu seu primeiro desgaste e sua primeira prova de fogo.

Santa Rita

Em Santa Rita, foi “pequeno” o que Panta fez ou mandou fazer. Não deu para entender o motivo daquela “exposição” na praça de veículos sucateados, que seriam da frota da cidade.

Imagina isso: servidores sem salário, escolas à mingua e postos de saúde fechados. O gestor gasta seu tempo e o tempo de seus servidores para denegrir a imagem do prefeito anterior. Aliás, venhamos e convenhamos, algo que nem precisa mais.

Panta ganhou com 70% dos votos, uma vitória surpreendente. Recebeu o aval porque acreditam que a escolaridade dele, sua experiência como médico, irão ajudar a cidade a sair do buraco.

No caso dos carros, poderia ter trocado a exposição por uma auditoria bem feita, com apresentação de denúncia no MP, mas, com uma atitude a mais: apresentar um planejamento de que como irá colocar para funcionar as ambulâncias e ônibus escolares, num curto espaço de tempo.

É isso que devem estar esperando pacientes e estudantes e seus pais.

Panta assumiu um cenário de terra arrasada e não precisa dessa espetacularização. O médico precisa mesmo é dizer como pagará os salários atrasados dos servidores, pois a dívida é da gestão e não do gestor.

Netinho irá responder na Justiça. E para que Panta não cometa os erros do antecessor, precisa de mais profissionalismo e não de espetáculo.

São alguns exemplos de atos que talvez tenham aparecido mais que atitudes concretas e  mais importantes para o povo das  duas cidades, nessa primeira semana.

Panta e Berg têm responsabilidade grande  porque a confiança é grande. Então, não há espaço para amadorismo.