Janduhy crê que Cunha tentou barganhar e retaliou PT com o impeachment

O deputado estadual Janduhy Carneiro (PTN), em entrevista ao Paraíba Já, faz um panorama da atual conjuntura da política nacional, no que se refere ao pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT).

Janduhy revela que encara o cenário com preocupação e acredita que a aceitação do pedido foi realizada erroneamente. “Essa matéria será encaminhada para uma comissão que será constituída e o que achei estranho foi desse recebimento do impeachment, ele ter se dado como forma de barganha. Ou seja, ele poderia ter liberado isso antes, mas ficou com a matéria em suas mãos, se os deputados do PT tivessem votado ou fossem votar contra a cassação do deputado Eduardo Cunha, a presidente não teria recebido o impeachment. Então, a matéria está sendo recebida, não por convicção, e sim por uma retaliação em face dos três deputados do PT na Comissão de Ética irão se posicionar favoráveis a cassação de Eduardo Cunha”, ressalta.

O deputado ainda relembra as acusações tão amplamente repercutidas, destinadas ao presidente e considera que sua atual situação não condiz com o poder de aceitar um impeachment. “Como alguém acusado de corrupção teria legitimidade para num momento desse ficar barganhando, e consequentemente, receber ou não um pedido de impeachment da presidente da república? Ao meu ver, o que espero agora é que a Câmara dos Deputados analise com imparcialidade essa matéria. Foi de forma lamentável que ele recebeu nessa circunstância a matéria. Caso o argumento seja das pedaladas fiscais, que eu acho que seja isso, seria crime de responsabilidade, se for com relação ao mandato de 2014 não teria amparo legal. O procedimento do presidente não é um procedimento republicano, de alguém que se conduza de forma honesta como presidente da Câmara”, afirma.

Sobre a atuação dos deputados e senadores acerca do impeachment, Janduhy é preciso. “Veja bem, eu acho que eles devem se conduzir como magistrados, e não como corporativismo ou no aspecto político. Ali é uma questão muito séria, é uma questão que envolve a saída de uma presidente do comando da nação, e quem assumiria é o vice-presidente da república. Então o que eles devem se ater é realmente a questão técnica, se realmente ocorreram esses pontos que se tem aqui. Se as pedaladas fiscais tiverem relação com esse novo mandato, a situação no meu entendimento, passa a se complicar para a presidente”, declara.