Imprensa nacional destaca trabalho de Efraim Filho na relatoria de PEC

O jornal Correio Braziliense publicou em sua edição deste sábado (29) uma matéria em que destaca o trabalho do deputado federal paraibano Efraim Filho (Democratas) à frente da relatoria da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa extinguir o Foro Privilegiado para congressistas.

Confira abaixo a matéria na íntegra.

Suspensão da Métis reabre debate sobre foro privilegiado

Decisão de Teori sobre operação da PF que prendeu policiais legislativos reanima discussão sobre tratamento diferenciado para políticos na Justiça

efraimA decisão do ministro Teori Zavascki de suspender a investigação da Polícia Federal que, na sexta-feira (21/10), culminou na prisão de quatro policiais legislativos do Senado reacendeu o debate sobre o foro privilegiado. Teori considerou que houve “inafastável participação de parlamentares nos atos investigados”. Por isso, a ação realizada como parte da Operação Métis dependeria de um aval do Supremo Tribunal Federal (STF), já que deputados e senadores gozam do direito de serem investigados e julgados apenas pela Alta Corte.

Desde 2003, tramita na Câmara dos Deputados uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), de autoria do ex-deputado Anselmo Abreu (PT-RO), que busca extinguir o benefício do foro privilegiado para parlamentares federais. Atualmente, o projeto está parado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Casa, aguardando ser colocado em pauta.

O relator da matéria, deputado Efraim Filho (DEM-PB)(Foto), apresentou parecer favorável à admissibilidade da proposta. Ao Correio, o parlamentar diz que seu posicionamento foi tomado por “entender que o foro privilegiado já perdeu a função na Constituição” brasileira. “É um resquício aristocrático que permaneceu dando privilégios a segmentos que vão desde parlamentares a juízes, promotores, membros de tribunais de contas e parlamentares estaduais. Ou seja, o que era para ser exceção virou quase uma regra”, avaliou. “Como o grande desafio da sociedade agora é combater a corrupção, é necessário combater também a impunidade, porque elas são irmãs gêmeas”, completou.

Foro privilegiado

De acordo com Efraim, o relatório pela admissibilidade foi apresentado há mais de um ano. Desde então, o projeto chegou a ser pautado e discutido, mas foi paralisado por conta de um pedido de vista. Na projeção do relator, a matéria deve ser votada na CCJC até o fim do ano. Depois, será criada uma comissão especial – em um prazo de até 40 sessões – e, em caso de aprovação, a PEC é apreciada em dois turnos na Câmara e no Senado. O deputado estima que tudo isso aconteça no primeiro semestre de 2017. “Acabamos de votar dois turnos em 15 dias. Se tiver vontade política, o processo pode ser bastante célere”, afirmou, referindo-se à aprovação na Câmara da chamada PEC do teto.

Efraim acredita ainda que a opinião da sociedade a respeito do foro privilegiado tem sensibilizado alguns parlamentares. “A população tem conseguido se manifestar. Antigamente, eu sentia uma resistência muito maior à proposta. Mas agora eu acredito que ela consiga alcançar o número de votos necessário para ser aprovada”, ponderou. “Não dá mais para conviver com esse instrumento que ganhou o simbolismo da impunidade. Isso tem gerado uma falta de sintonia entre a sociedade e o parlamento”, finalizou.

Foro privilegiado

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) lançou nessa quinta-feira (27/10) uma consulta entre seus 1.871 associados para saber a opinião da categoria a respeito do foro privilegiado. Até a manhã desta sexta-feira (28/10), 230 magistrados haviam participado da pesquisa, número considerado pela entidade como expressivo para o primeiro dia. O prazo para responder o levantamento segue até 9 de novembro.

Em nota, a Ajufe afirma que “historicamente, tem se posicionado pelo fim do privilégio”, mas justifica a realização da pesquisa dizendo que “há muitas outras questões a serem debatidas, por exemplo, se a prerrogativa deve continuar para determinadas autoridades, inclusive para os magistrados”.

Anteriormente, a entidade já havia se manifestado a respeito do foro privilegiado. Ao repudiar e lamentar as declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que chamou o juiz Vallisney de Souza Oliveira de “juizeco”, a Ajufe afirmou que a operação realizada no Congresso “não envolveu qualquer ato que recaísse sobre autoridade com foro privilegiado, em que pese o presidente do Senado Federal seja um dos investigados da Operação Lava-Jato, senão sobre agentes da polícia legislativa de tal Casa, que não gozam dessa prerrogativa”. “Esse comportamento [a fala de Renan], aliás, típico daqueles que pensam que se encontram acima da lei, só leva à certeza que merece reforma a figura do foro privilegiado”, termina a nota.

Três pontos para entender melhor o foro privilegiado

O que é?
Juridicamente, o foro privilegiado não tem esse nome. A designação correta é foro por prerrogativa de função, exatamente porque ele não é dedicado a uma pessoa e, sim, ao cargo que ela ocupa. O benefício garante às autoridades o direito de ser julgado apenas por instâncias superiores. O objetivo, segundo a lei, é proteger o exercício da função ou do mandato.

 Quem tem direito?
Presidente da República, ministros de Estado, senadores, deputados federais e juízes de Tribunais Superiores só podem ter seus crimes comuns julgados pelo STF. Deputados estaduais, prefeitos e vereadores também têm direito ao foro privilegiado. No entanto, a instância superior responsável por julgar crimes desses cargos é o Superior Tribunal de Justiça (STJ).Vantagens e desvantagens
Ao gozar do foro privilegiado, a autoridade ganha o direito de ser julgado pelo STF ou STJ que são, na ordem, as Cortes com maior competência jurídica do país. Por outro lado, perde a chance de recorrer contra o julgamento, uma vez que o STF é a última instância da Justiça Federal.Fonte: Correio Braziliense