Governo orienta população sobre os cuidados e como evitar a leptospirose

Em virtude do aumento do volume de chuva em vários municípios paraibanos, a Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Gerência Operacional de Vigilância Ambiental, orienta a população sobre como evitar a leptospirose. A doença infecciosa grave, causada por uma bactéria presente na urina de ratos e de outros animais, é transmitida ao homem principalmente nas enchentes e/ou inundações.

“A doença no homem está associada ao contato com água, alimentos ou solo contaminados pela urina de animais portadores da bactéria leptospira. Por isso, é importante que depois de toda essa chuva a população fique atenta”, disse o gerente da chefe do Núcleo de Controle de Zoonoses da SES, Francisco de Assis Azevedo.

A transmissão da leptospirose ocorre com maior frequência em áreas com condições sanitárias precárias e alta infestação de ratos, o que aumenta o risco de contato com a urina desses animais. Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a doença ao homem. A penetração do microorganismo se dá por meio da pele lesada (ferimentos e arranhaduras) ou das mucosas da boca, narinas e olhos ou mesmo quando a pele está perfeita, quando imersa por longos períodos em água ou lama contaminadas.

“Os agricultores, trabalhadores de empresas que prestam serviço de desentupimento de esgoto, moradores da zona ribeirinha estão entre os grupos de risco e precisam redobrar os cuidados”, informou Francisco de Assis.

Os sintomas iniciais da leptospirose são semelhantes ao de uma gripe, sendo mais comum a febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente na panturrilha (batata da perna), podendo também ocorrer vômitos, diarréia e tosse.

“Se você apresentar algum sintoma da doença, procure imediatamente o médico do serviço de saúde mais próximo da sua casa, principalmente se você teve contato com água ou lama de enchentes ou esgoto. O tratamento imediato é a melhor opção”, explicou.

A porta de entrada é a atenção básica e, quando o médico suspeita que o paciente tem leptospirose, encaminha para os serviços especializados. Na Paraíba, os Hospitais Universitários de João Pessoa e Campina Grande são as referências.

“Vale lembrar que o período de encubação da doença é de 2 a 14 dias, mas geralmente os primeiros sintomas aparecem no segundo dia após o contato com a água contaminada. Quando diagnosticada a leptospirose, o tratamento deve começar o quanto antes e varia de acordo com o estado em que a pessoa chegou ao serviço de saúde: hidratação intensiva, antibióticos e internação hospitalar estão entre as medidas”, explicou Francisco de Assis.

Prevenção – As principais medidas voltadas aos reservatórios são o controle de roedores por meio da desratização, imunização de animais domésticos e de produção (caninos, bovinos e suínos) com o uso de vacinas, assim como cuidados com a higiene, remoção e destino adequado de resíduos alimentares, excretas e cadáveres de animais e desinfecção permanente dos canis ou locais de criação.

Para evitar a contaminação, é importante evitar o contato com água ou lama e enchentes e/ou inundações; impedir que crianças brinquem ou nadem em ambientes supostamente contaminados; pessoas que trabalham na limpeza de lamas, detritos ou desentupimentos de esgotos devem usar botas e luvas de borracha ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e pés.
Além disso, deve-se eliminar as fontes de abrigo, água e alimentação por meio de medidas tais como: colocar o lixo para coletas pouco antes do lixeiro passar; manter o lixo em recipiente fechado, fora do alcance de animais; evitar acúmulo de objetos inúteis, entulhos e mato nos quintais; manter os terrenos baldios e as margens dos córregos limpos; conservar caixas d’água, ralos e vasos sanitários bem fechados; além de retirar toda noite os vasilhames dos animais domésticos e lavá-los para evitar contaminação.
A  SES ainda recomenda:
– Usar proteção com botas e luvas de borracha, sempre que possível e, na ausência desses, utilizar sacos plásticos nos pés e mãos;
– Proteger alimentos evitando que estes tenham contato com eles;
– Lavar e desinfetar frutas e hortaliças, utilizando 2 colheres de sopa de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), para cada litro d’água;
– Observar a higiene dos alimentos e do local onde se come;
– Ferver e filtrar água de beber;
– Limpar a casa, paredes, chão e todos os cômodos com a seguinte solução: 1 copo de hipoclorito de sódio a 2,5% para 20 litros de água.
– Em caso de enchentes deve-se limpar a caixa d’água com a seguinte solução: 1 litro de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada 1000 litros de água. Aguardar uma hora e esvaziá-la, abrindo todas as torneiras para desinfetá-las, podendo utilizar esta água para a limpeza da casa.