“Golpe é uma coisa abrupta, impeachment é sequenciado”, justifica Gadelha

O presidente estadual do PSC e deputado federal Marcondes Gadelha, em entrevista ao Paraíba Já, na manhã desta sexta-feira (11) afirmou que, em sua opinião, o processo de impeachment não pode ser considerado um golpe, e sim um processo legítimo e democrático.

“Eu acho que não há o que se discutir sobre a legitimidade do impeachment, o que se contesta são duas coisas. Uma é que o voto foi secreto naquela votação. E a outra é querer associar a ideia de impeachment com a ideia de golpe. Eu acho que nenhuma da duas coisas procedem”, salientou.

Marcondes contesta àqueles que reclamam do voto secreto na escolha das chapas para a comissão especial do impeachment na Câmara Federal. E para ele, dizer que o pedido de impeachment é um golpe de estado não tem coerência.

“O voto foi secreto, e foi uma atitude correta, pois ele foi uma conquista da democracia e é um sinal de avanço da sociedade. Historicamente houve muita luta pelo voto secreto. Pessoas se sacrificaram, sofreram e até morreram para que a gente tivesse essa conquista. Quanto a questão do impeachment ser um golpe de Estado eu digo que não faz nenhum sentido. Não foi escrito na Constituição pela ponta de uma espada ou de uma baioneta, ele foi escrito por uma Assembleia Nacional constituída que votou, deliberou discutiu e depois aprovado”, explicou.

“O golpe de Estado é uma coisa abrupta, intempestiva, enquanto que o impeachment é um processo sequenciado. O impeachment tem a apresentação de uma denuncia, depois tem a decisão se isso é acolhido ou não, depois é criado uma comissão que examina. Em seguida volta para o plenário, e depois vai para o plenário do Senado. E tudo isso é feito as claras da nação e da imprensa acompanhando tudo. Além do mais é garantido ao presidente o direito de defesa. Então não se pode chamar isso de golpe”, avaliou Marcondes.