Fundador de partido ‘paraibano de verdade’ quer descentralizar política nacional

O fundador de um dos novos partidos em formação no país, o Partido da Solidariedade Nacional (PSN), o paraibano Eugênio Falcão, disse que a legenda que está em processo de reconhecimento terá sua executiva nacional na Paraíba, numa tentativa de descentralizar a política nacional. Em entrevista ao Paraíba Já, Falcão explicou que a legenda, que se reúne pela segunda vez na quarta-feira (19), em João Pessoa, dará autonomia para os diretórios estaduais e municipais para compor alianças, mas revelou uma simpatia pelo governador reeleito Ricardo Coutinho (PSB).

“Nacionalmente, não temos uma visão fechada, e precisamos consultar os demais estados que comporão a legenda, mas na Paraíba temos uma grande simpatia pelo governador Ricardo Coutinho. Suas políticas de administração são importantes, e ele é um grande administrador”, revelou.

A legenda está na quinta e última fase para o reconhecimento legal, que é a coleta de assinaturas. Segundo Falcão, o partido já conta com um deputado estadual no Amapá e vereadores em todo o país, inclusive em capitais como Belo Horizonte (MG), Porto Velho (RO) e Curitiba (PR), e está organizado em 15 estados.

“Temos mais de 30 vereadores só na Paraíba, mas eles não querem ter os nomes divulgados com medo de represálias em seus partidos. O evento deste mês servirá para que as lideranças nacionais se conheçam e possam debater os rumos do PSN”, diz Eugênio.

Sobre a fundação da legenda, que seria a 33ª do país, Eugênio explica que houve a necessidade de criar um novo partido porque as grandes agremiações partidárias formam um ‘monopólio’. “Um partido é uma ferramenta de debater políticas públicas, e é isso que faremos, organizando coordenações nacionais sobre os mais diversos assuntos, como temas cristãos, por exemplo”, afirma o presidente nacional do PSN, adiantando que o partido terá ligação com grupos religiosos.

 

Autonomia

Entra as principais diferenças da nova legenda para as atuais, Eugênio destaca a autonomia partidária, adiantando que os diretórios estaduais e municipais do PSN terão liberdade para definir suas coligações sem interferência da nacional. “Quando eu presidia o PPL, partido que também ajudei a fundar na Paraíba e no qual eu tomei uma rasteira, eu precisava autorização da executiva nacional para escolher quem apoiaria para eleição para prefeito de João Pessoa, é um absurdo. Acreditamos que isso é antidemocrático, e não teremos tal postura”, disse.

Ele disse ainda que considera paradoxal dizer que o PSN nascerá ‘paraibano de verdade’, porque o partido terá representação em diversos estados, mas explica que o termo representa a descentralização da política, visto que nenhum partido tem a executiva nacional fora de Brasília, São Paulo ou Rio de Janeiro.

Ainda na falando sobre paradoxos, o presidente nacional do PSN explica que seu partido não é ‘nem de direita, nem de esquerda’, mas que se baseia na solidariedade e nos princípios cristãos. “Sempre tive uma visão de esquerda, porem conservadora, e seguimos com simpatia com essa esquerda que luta pelos trabalhadores, mas que não fira os conceitos cristãos, porque o seio familiar está pagando muito caro com essas políticas que atacam a família, parece que é sinal dos tempos”, criticou.