Fotógrafo assume que assassinou Bríggida, se diz arrependido e diz que a amava

O fotógrafo Gilberto Stuckert, acusado de matar sua ex-companheira, a professora universitária Bríggida Rosely de Azevedo Lourenço em 2012, assumiu ter cometido o crime e disse estar arrependido de ter cometido o homicídio. A afirmação foi feita durante depoimento no julgamento pelo 1º Tribunal do Juri de João Pessoa na manhã desta segunda-feira (28).

Chorando, o réu pediu perdão aos familiares de Bríggida presentes no julgamento. “Eu não tirei a vida de Briggida friamente. A amava. Não foi minha intenção. Nunca passou isso na minha cabeça”, disse Gilberto Stuckert. O fotógrafo afirmou que no dia do crime foi procurar a ex-companheira e viu o álbum de fotografias dela com outro homem e perdeu a cabeça.

O réu contou que teve início uma discussão e os dois trocaram xingamentos. Segundo ele, Bríggida deu uma pancada nele e depois disso ele acabou revidando. “Eu fiquei de uma forma, que não sei explicar o que eu senti naquele momento. Aí eu me mandei”, afirmou falando sobre o momento da morte.

Perguntado pelo juiz se estava arrependido e se faria diferente, Gilberto acenou positivamente com a cabeça. “[ A morte] não foi uma coisa que eu quis”, disse. O fotógrafo não disse onde esteve escondido durante o tempo que ficou foragido após o crime. O assassinato aconteceu em junho de 2012 e ele só foi preso em março de 2013.  O réu foi indiciado pelo Ministério Público Estadual por homicídio triplamente qualificado.

O julgamento do fotógrafo começou por volta das 9h desta segunda-feira (28). O crime aconteceu no apartamento da vítima, no bairro Jardim Cidade Universitária, na Zona Sul de João Pessoa. O acusado, que já estava preso à espera do julgamento no Centro de Ensino da Polícia Militar, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por crime de homicídio qualificado.

O julgamento
O juiz Marcos William de Oliveira, que preside o julgamento no 1º Tribunal do Juri de João Pessoa, sorteou o corpo de jurado, composto por cinco homens e quatro mulheres, e deu início aos depoimentos das testemunhas. Por volta das 12h, a sessão foi interrompida para o almoço. No período da tarde vão ter início os debates entre defesa e acusação e a previsão do juiz Marcos William é de que o julgamento acabe no final do dia.

A primeira testemunha de acusação a ser ouvida foi vizinha da vítima. Ana Andrea Amorim falou por cerca de uma hora. A vizinha disse que no dia do crime ouviu barulho de móveis arrastando no apartamento de Bríggida, ligou para ela, mas as ligações não foram atendidas.

Segunda Ana, o casal vivia de forma harmoniosa e o relacionamento começou a ter problemas quando ele foi morar em Brasília, por ter sido aprovado em um concurso. Quando Bríggida pôs fim ao relacionamento, Gilberto pediu exoneração para salvar a relação, imaginando que voltando à Paraíba o casamento poderia retornar, mas ela não aceitou.

A vizinha deixou claro que não podia afirmar que o fotógrafo matou a ex-companheira, porque não viu, mas disse que sabia que ele iria no apartamento porque Bríggida havia dito. A segunda testemunha a falar foi Roselma Maria Ribeiro de Azevedo Cruz, mãe de Bríggida. Em seu depoimento ela relembrou que recebeu um telefone de Gilberto, após o crime, quando ele afirmou que tinha feito uma besteira e iria se suicidar. Roselma destacou que no momento achou que sua filha estava apenas ferida e chegou a perguntar se tinha como socorrê-la

A terceira testemunha a depor foi Rilene Lucena, tia de Bríggida. Ela afirmou que Gilberto era calmo, de poucas palavras, e a família jamais esperaria algo parecido. Segundo Rilene, quando o fotógrafo ligou para a mãe da vítima, todos pensavam que ele tivesse batido nela, mas não matado. A quarta ouvida foi uma prima da professora assassinada, Marta Melo. A única testemunha de defesa do réu escalada para depor, pai de Gilberto Stuckert, não compareceu ao juri após apresentar atestado médico.

Tese do Ministério Público
Segundo o MP, o fotógrafo foi até o apartamento da vítima que era ex-companheira dele e assassinou por estrangulamento a professora Bríggida Rosely, que na época estava com 28 anos.  De acordo com os autos, Gilberto Stuckert asfixiou Bríggida por ação mecânica sem lhe dar qualquer chance de defesa. A motivação do crime foi a insatisfação do réu com a vítima, que teria terminado um relacionamento de oito anos com ele.

Gilberto Lyra Stuckert Neto se apresentou à Justiça na tarde do dia 5 de março de 2013. Segundo a juíza Ana Flávia de Carvalho Dias, ele chegou espontaneamente ao 1º Tribunal do Júri, onde corre o processo, acompanhado do pai e de um amigo. Como havia um mandado de prisão em aberto contra o fotógrafo, ele foi em seguida conduzido para o Centro de Ensino da Polícia Millitar, onde permanece preso.

Relembre o caso
No dia 19 de junho de 2012, a professora Briggida Rosely, de 28 anos, foi encontrada morta dentro do próprio apartamento em João Pessoa. Ela foi achada  por vizinhos com sinais de estrangulamento. O inquérito foi concluído no início de julho e a polícia aponta o ex-companheiro da vítima, como único suspeito do crime.

Quando o crime aconteceu, o acusado ligou para a mãe da vítima. “Ele estava chorando e disse que tinha feito uma besteira. Ele disse que ia se matar”, contou  Roselma Azevedo, mãe de Bríggida. As informações são do G1.