Ex-senador e deputado da Paraíba são investigados por lavagem de dinheiro em Maceió, diz Época

Matéria publicada pela Revista Época cita o ex-senador Wilson Santiago, atual diretor de Relações Institucionais do Grupo Banco do Brasil/Mapfre, e deputado federal Wilson Filho, ambos do PT, em um suposto esquema de lavagem de dinheiro na cidade de Maceió (AL). Assinada pela jornalista Alana Rizzo, a reportagem cita, também, o senador Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado Federal.

“Uma transação imobiliária entre Renan e o ex-senador Wilson Santiago, seu correligionário no PMDB e hoje diretor de relações institucionais do Grupo Banco do Brasil/Mapfre, chamou a atenção da Receita. Alertada pelos auditores, a Procuradoria-Geral da República remeteu as informações aos procuradores que investigam Renan na Lava Jato”, diz trecho da matéria.

“Os procuradores investigam agora a compra e venda de quatro apartamentos do prédio por Renan – e como eles foram parar nas mãos de Santiago, seu filho, o deputado federal Wilson Filho, e seus dois irmãos”, acrescenta Época.

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Renan Calheiros é investigado por lavagem de dinheiro em Maceió

O presidente do Senado está na mira do Ministério Público por transação imobiliária suspeita

O Residencial Pátio fica numa viela em uma área industrial de Maceió, em Alagoas. Em seus pilares, a Receita Federal encontrou indícios de que o presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, participou de uma operação de lavagem de dinheiro. Uma transação imobiliária entre Renan e o ex-senador Wilson Santiago, seu correligionário no PMDB e hoje diretor de relações institucionais do Grupo Banco do Brasil/Mapfre, chamou a atenção da Receita. Alertada pelos auditores, a Procuradoria-Geral da República remeteu as informações aos procuradores que investigam Renan na Lava Jato. Os procuradores investigam agora a compra e venda de quatro apartamentos do prédio por Renan – e como eles foram parar nas mãos de Santiago, seu filho, o deputado federal Wilson Filho, e seus dois irmãos.

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Foi investigando uma empresa que Renan transferiu para sua mulher, Verônica, que a Receita chegou à transação suspeita. A Tarumã Empreendimentos Imobiliários, criada após a eleição de 2010 para “administrar a compra e venda de imóveis próprios ou de terceiros”, ficou aberta por apenas nove meses. Renan esteve entre os sócios por cinco, passando suas cotas para Verônica em julho de 2011. A Tarumã, aparentemente, não realizou negócio algum. Aparentemente. No cruzamento que a Receita fez entre declarações do Imposto de Renda e dados sobre suas atividades imobiliárias, os negócios apareceram. Os procuradores querem saber de onde veio o dinheiro que permitiu a compra dos imóveis em Maceió e se Renan realmente os comprou antes de revendê-los para a família Santiago.

A suspeita de que Renan tenha lavado dinheiro na negociação dos apartamentos se reforça com a atrapalhada resposta dos Santiagos sobre a compra dos imóveis. O deputado federal Wilson Filho é proprietário de uma das unidades que pertenceram a Renan. Em 13 de julho de 2011, Wilson Filho fez uma transferência bancária de R$ 60 mil para uma conta da Caixa Econômica Federal. Em 11 de agosto, outros R$ 60 mil foram depositados. Nesse período, a Tarumã ainda estava aberta. Procurado por ÉPOCA, Wilson Filho ofereceu quatro versões distintas sobre a transação. Primeiro, disse que a empreiteira da família, a Terradrina Construções, tinha comprado os imóveis. Depois, afirmou que tinha adquirido o imóvel para veraneio em Maceió – mas o prédio fica a 15 quilômetros do litoral. Em seguida, garantiu que a operação tinha sido um investimento. Por fim, o deputado disse que o negócio foi feito por seu pai e que só tinha tomado conhecimento depois que fora agraciado com o apartamento.

Wilson Santiago é um antigo aliado de Renan, que o indicou para o recém-criado cargo de diretor de relações institucionais do Banco do Brasil/Mapfre. Também coube a Renan garantir o lugar de Wilson Santiago na Mesa Diretora do Senado durante sua breve passagem pela Casa. Procurado, Renan Calheiros disse que “não comentaria a transação, pois se trata de um negócio particular”.