Especialista em recursos hídricos, professor da UFCG defende fim do racionamento; ouça

O professor Janiro Costa, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e especialista em recursos hídricos, afirmou que “não tem o menor sentido continuar o racionamento” d’água, em Campina Grande. Janiro explicou que a transposição do Rio São Francisco foi realizada, justamente, para puder dar segurança hídrica.

A declaração do professor ocorreu durante Audiência Pública na Câmara Municipal de Campina Grande e que contou com a participação de vereadores e auxiliares do Governo do Estado, a exemplo do presidente da Cagepa, Hélio Cunha Lima.

“A vazão do São Francisco, as pessoas estão falando em segurança hídrica, mas quem está dando hoje é justamente a transposição. Uma obra realizada para dar segurança hídrica e é isso que ela está fazendo, pois está dando uma vazão maior que o espera, que está permitindo o acúmulo do açude. Não tem o menor sentido de continuar o racionamento”, explicou.

De acordo com ele, o racionamento é uma “medida drástica”, que para Janiro pode ser comparada a uma “tragédia e catástrofe”.

“ Essa história de que é preciso acumular água, para Boqueirão voltar a seu volume normal, não existe, porque quem está dando a segurança agora são as águas do São Francisco. O racionamento é uma medida drástica, que eu chamo de tragédia e catástrofe, por todos os problemas enfrentados e também por causa da saúde da população”, salientou.

Janiro Costa é professor na Universidade Federal de Campina Grande com ênfase em Engenharia de Recursos Hídricos, Sanitária e Ambiental, mananciais subterrâneos e superficiais, manejo e região semi-árida.

Entenda

A juíza ainda estabeleceu uma multa de R$ 500 mil por dia em caso de descumprimento da decisão e ainda deliberou que o domingo seja retirado do cronograma do racionamento.

Em entrevista ao portal MaisPB, o coordenador da Defensoria Pública, José Alípio, explicou que o fim do racionamento no momento atual poderia causar um colapso no abastecimento de Campina Grande.

Na ação, a Defensoria sustenta que há insegurança hídrica em virtude do nível em que se encontra o Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão.