Enquanto o Trauminha padece, Cartaxo inaugura ventilador, dispara deputado

Utilizando adjetivos fortes para definir as atuais circunstâncias do Trauminha de Mangabeira, o deputado federal e pré-candidato pelo PMDB, Manoel Junior apresentou dados e criticou a gestão do prefeito Luciano Cartaxo (PSD). O peemedebista, em entrevista à rádio Arapuan, demonstrou total indignação com a situação da saúde na rede municipal de saúde de João Pessoa.

O parlamentar relatou casos de pacientes que se encontram internados há mais de três meses à espera de cirurgia e criticou a situação da saúde na Capital. “A cidade de João Pessoa, beirando 1 milhão de habitantes, não ter uma gestão de saúde eficiente é caos absoluto, porque João Pessoa é referência para o Estado. Quando nós tivemos com a comissão de saúde no Trauminha, nós encontramos pacientes com mais de três meses de internação para fazer uma cirurgia em um braço. Isso é um absurdo porque isso despende financeiro do contribuinte. As pessoas que estão lá, esperando muitas vezes, uma haste, um pino, uma placa para fixar a fatura, está dando despesa ao Hospital e ao SUS, mas o problema da gestão da saúde em João Pessoa é questão de administração”, afirmou.

Incompatível aos sentimentos e ao cuidado passado durante a formação na área da saúde, o deputado relembrou a formação acadêmica do prefeito Luciano Cartaxo.

“O prefeito, mesmo sendo da área da saúde, ele é bioquímico, do ponto de vista de gestão é um desastre. Você chegar como nós chegamos, dois meses e meio, anunciamos que iríamos fazer vistoria nos hospitais da cidade e postos de saúde, chegamos em nove unidades de PSF, das nove, só tinha médico em três. Em seis unidades, às 9h e 10h não tinha médico. Chegamos no Trauminha, os pacientes paravam pra dizer que só lavaram o corredor porque nós iríamos fazer a vistoria. É esse o quadro da saúde. Como resolver? Com gestão!”, disse.

O peemedebista apresentou dados comparativos relativos à saúde, com a cidade de Campina Grande e cita o centro de hemodiálise, construído na gestão do prefeito Luciano Agra, e que ainda está sem funcionamento. “Vou dar um dado que é estarrecedor. O FPM de Campina Grande, o ICMS, a receita própria, o Fundeb e o SUS, juntando essas 5 receitas, é do tamanho do orçamento da secretaria de saúde da Prefeitura de João Pessoa. Simplesmente não consegue ser bem administrada. A Prefeitura hoje tem, só com uma empresa, um déficit na área da saúde, de R$ 11 milhões de reais. Do lado do Santa Izabel, tem uma unidade de hemodiálise fechada há quatro anos. Tinha sido praticamente inaugurada pelo prefeito Luciano Agra, todos os equipamentos lá, o prédio pronto, e a atual administração não colocou para funcionar. Por que? Por falta de competência administrativa. Além da questão dos desvios de conduta”, revelou.

E continuou. “Chegar no Trauminha de Mangabeira, que é o maior hospital da rede municipal de saúde, e o bloco cirúrgico não ter dipirona injetável e material anestésico? Quando o colega do CRM, João Alberto, disse que era caso de interdição, ele falou como técnico, como profissional da saúde responsável pelo Conselho Regional de Medicina”, relatou.

Manoel Junior contou que entrou em contato com o ministro, solicitando uma inspeção nos hospitais da Capital. “Repercuti em Brasília, falei com o ministro Marcelo Castro. Pedi para ele mandar uma inspeção nos hospitais de João Pessoa. Você pergunta: a regulação da prefeitura de João Pessoa funciona? Eu arranjo pra você exames simples, como ressonância magnética, que estão solicitados há seis meses, e enquanto isso o prefeito fica inaugurando ventilador, ar condicionado, plantando árvore nas ruas da cidade. Prefeito, é importante plantar árvores, mas vamos gerir a cidade. O governo padece de vontade de fazer. Um prefeito que troca mais de 30 secretários em 3 anos de mandato. Essa administração não pode funcionar”, disse.