Em João Pessoa, Wagner Moura critica Lava Jato: “há uma relação promíscua entre a Justiça e mídia”

O ator Wagner Moura comentou sobre suas impressões relacionadas à Operação Lava Jato, durante um evento no Espaço Cultural, no noite deste domingo (30), em João Pessoa. Para ele, é errado “sujar” reputações sem provas e de que deveria haver mais equidade na aplicação da Lei para todos os brasileiros, independente da classe social.

Polêmico em suas opiniões sobre a conjuntura política brasileira, recentemente o ator se envolveu em uma controvérsia com o presidente Michel Temer. É que o ator deu voz a um vídeo, que viralizou na internet, sobre a reforma da previdência.

“Querem aprovar a idade mínima para aposentadoria aos 65, isso num país onde muitos morrem antes disso. A expectativa de vida em várias regiões do norte e nordeste está abaixo de 65 anos. Nas periferias das grandes cidades, também. Em São Paulo, por exemplo, bairros como Capão Redondo, São Mateus, Grajaú e tantos outros têm média de vida menor que 65 anos. Assim vão transformar o INSS numa funerária. As pessoas vão se aposentar no caixão”, descreve o vídeo. Ele lembra ainda que o presidente Michel Temer se aposentou aos 55 anos, ganhando mais de R$ 30 mil.

Após o vídeo, o presidente o rebateu, tachando-o de mentiroso.

Nascido numa cidade do interior da Bahia, filho de um militar da Aeronáutica e de uma dona de casa, Wagner Moura começou a se dedicar ao teatro ainda na adolescência. Moura chegou a se formar em Jornalismo, porém seu real ofício sempre foi atuar.

Seu primeiro grande sucesso no teatro foi a peça “A Máquina”, em 2000. No mesmo ano, após participar de dois curtas, Moura estreou nos cinemas com um pequeno papel em Sabor da Paixão, que trazia a estrela espanhola Penélope Cruz no elenco.

Depois de outras participações em filmes como Abril Despedaçado (2001) e As Três Marias (2002), o ano de 2003 foi bem agitado para o ator, que marcou presença em quatro lançamentos, entre eles o drama Carandiru, onde interpretou o presidiário Zico, e a comédia Deus é Brasileiro, no papel um divertido pescador que se torna amigo pessoal de Deus (vivido por Antônio Fagundes).

Mesmo se consolidando como ator de cinema, Moura não deixou de marcar presença na TV, onde participou de séries e novelas como Sexo Frágil (2003), JK (2006) e Paraíso Tropical (2007).

Em 2007, já desfrutando de prestígio e fama, Moura interpretou o impetuoso e polêmico Capitão Nascimento no bem sucedido Tropa de Elite, de José Padilha. O filme obteve uma imensa repercussão dentro e fora do Brasil e foi premiado com o Urso de Ouro de Melhor Filme no Festival de Berlim. Moura voltaria a dar vida a Nascimento, promovido à Coronel, em Tropa de Elite 2, que teve uma recepção ainda melhor do que a de seu antecessor. O longa foi exaltado pela crítica e bateu recordes de bilheteria, levando mais de 11 milhões de brasileiros aos cinemas.

Após ser muito sondado por produtores estrangeiros, Wagner Moura fez sua estreia em uma grande produção de Hollywood na ficção científica Elysium (2013), onde contracenou com Matt Damon e Jodie Foster. Recentemente, protagonizou a série “Narcos”, produzida pela Netflix, que conta a vida do narcotraficante Pablo Escobar.