Alcaçuz: “é impossível evitar mortes quando eles querem”, dispara Wallber Virgolino

O Governo do Rio Grande do Norte identificou pelo menos seis líderes da rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz que durou cerca de 14 horas e deixou 26 mortos. De acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), o governo vai pedir a transferências dos líderes para presídios federais. Outros detentos devem ser transferidos ainda neste domingo (15) para outras unidades prisionais do Estado.

Leia também:

Alcaçuz: peritos da PB podem ser convocados para auxiliar na identificação dos corpos

Juiz de Natal aponta “inexperiência” de delegado da Paraíba na rebelião em Alcaçuz

Cenas fortes: cabeças decapitadas são vistas em pátio de presídio do RN; veja o vídeo 

Ouça: Juiz diz que facções controlam presídios do RN e ‘bate de frente’ com ex-se

O Itep montou uma ‘operação de guerra’ para receber os corpos. Uma carreta frigorífica foi contratada para armazenar os corpos e legistas do Ceará e da Paraíba vão auxiliar no processo de identificação. De acordo com o Itep, o órgão está preparado para receber 100 ou mais corpos, se for o caso. No entanto, uma fonte do governo informou que até a última atualização desta reportagem 26 mortes haviam sido confirmadas. Oficialmente, o governo do RN diz apenas que há “mais de dez mortos”.

O titular da Sejuc, Wallber Virgolino, informou confirmou que os presos do pavilhão 5 invadiram o pavilhão 4. “É impossível evitar mortes quando eles querem. O pavilhão 4 tinha entre 150 e 200 presos. Não sabemos ainda precisar quantos morreram”, disse. Até a publicação desta reportagem, a polícia já havia entrado nos pavilhões 1, 2 e 3 e se preparava para entrar nos pavilhões 4 e 5 onde a situação  já estava controlada.

Segundo Virgolino, que já comandou a Secretaria de Cidadania e Justiça da Praíba, um trabalho de contenção realizado por agentes penitenciários com o uso de bombas de efeito moral evitou a entrada dos rebelados no pavilhão 1. “Em termos de número de mortes essa é a maior rebelião da história do Rio Grande do Norte”, disse.

Ainda de acordo com o secretário, a rebelião no Rio Grande do Norte não tem relação confirmada com os motins no Amazonas e em Roraima. “Não há confirmação de relação, mas com certeza as rebeliões naqueles presídios incentivaram o que aconteceu aqui”, disse Virgolino.

O Governo montou um ambulatório na penitenciária para atender os presos com ferimentos mais leves. Os feridos com maior gravidade foram levados de ambulância e escoltados para o Hospital Walfredo Gurgel.

Três equipes de delegados da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e 15 homens farão a perícia dos locais de crime. A Polícia Militar continua com o patrulhamento externo, com o helicóptero Potiguar 01, com o Batalhão de Choque e Batalhão de Operações Especiais (BOPE) auxiliando na contenção e recontagem dos presos e na intensificação do trabalho nas guaritas da unidade. A Força Nacional colaborou no patrulhamento.

A Penitenciária de Alcaçuz, segundo o governo, ficou parcialmente destruída e não há previsão para reconstrução. Ainda na tarde de sábado (14) um detento fugiu da penitenciária, mas foi recapturado em seguida. As informações são do G1.