Dia das mães: conheça a mãe de 111 anos e que criou filhos sozinha

Determinada. Guerreira. Sonhadora. Essa é a dona, Maria do Carmo de 111 anos. Em seu rosto o sinal do tempo, mas no seu coração bate a energia de uma adolescente. Sozinha, ela enfrentou a vida e criou nove filhos. Segundo ela, o seu maior desafio foi viver sem nunca ter visto o rosto da sua mãe.

Maria do Carmo nasceu em Pernambuco, e ainda bebê perdeu a mãe. Ela passou uns anos sendo criada por sua madrinha, até o dia que o Conselho Tutelar bateu na sua porta e a levou para um orfanato. Na época, já adolescente decidiu fugir e vim para Paraíba. “Sou uma mistura, de Paraíba e Pernambuco”, disse com um sorriso no rosto.

Aos 19 anos, ela casou pela primeira vez. E depois desse matrimonio, vieram mais onze. “Ficava viúva e casava de novo”, brincou dona Maria que ainda disse que vai casar novamente com um homem jovem e rico. O fruto dos relacionamentos foram nove filhos, dezessete netos, quarenta e um bisneto, doze tataranetos e três ‘aganchaneto’, já que não sabe como classificar o grau de parentesco.

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Para conseguir dinheiro para sustentar a família, ela lavava roupas no rio. Em meio a conversa, Maria lembrou de um fato que marcou sua vida, foi quando estava grávida do seu terceiro filho, a bolsa estourou e a criança nasceu dentro d’água.

“Não foi fácil criar meus filhos, se fosse preciso faria tudo novamente por eles”, afirmou.

Além dos filhos, Maria do Carmo criou sua neta Ângela Maria, 40 anos. “Na época eu tinha 4 anos e lembro quando minha avó deu a sua vida pela minha. Na nossa casa o candeeiro caiu e em meio a um incêndio ela me abraçou e impediu que as chamas me atingissem.  Ela é tudo para mim, minha mãe, meu pai”, emocionada Ângela relatou um trecho da sua vida.

Hoje, os papeis se inverteram. Ângela é quem cuida da avó. Ela contou que dona Maria acorda todos os dias às 5 horas da manhã, toma banho e vai para sua cadeira de balanço. Ela acredita que o segredo da longevidade da sua mãe-avó, é o amor.

“Ela sempre falou que me ama, me dava beijos e no seu olhar sempre passou carinho”, destacou.

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Ângela disse que nunca deixou um dia das mães passar em ‘branco’. “Eu sempre fazia alguma surpresa para retribuir o seu amor por mim. Eu sabia que era pouco porque ela merecia muito mais. Eu preparava café da manhã, e quando eu já trabalhava na casa dos outros, eu comprava broches de cabelo, fazia alguma coisa, acordava ela cantando dizendo que eu a amava”, declarou.

Com educação recebida durantes seus 40 anos, Ângela fez questão de passar todos os ensinamentos aos seus três filhos. “Minha avó não precisava bater só bastava ela olhar, e com o gesto nas mãos de contar até três e eu sai nas pressas para atendê-la”, explicou.

Durante a entrevista, neta e avô estavam emocionadas por relembrar cenas das suas vidas. Ângela definiu sua mãe-avô como “presente de Deus, amor, tudo para mim. Se todo mundo me abandonasse, só restasse eu e ela, seria a pessoa mais feliz do mundo. Porque filhos já me deram desgosto, marido também, mas ela só me trouxe alegria”, finalizou.