Desejos e sonhos refletidos na paternidade

O jovem Márcio Henrique de Oliveira, 17, há três semanas experimentou a sensação de embalar em seus braços a sua primeira filha. A pequena Brenda teve seu nome inspirado em um dos filmes favoritos de seu pai. “Eu gosto muito dos filmes de Chuck, o boneco assassino e a filha da esposa dele se chama Brenda. É um nome lindo e quis pôr na minha filha”, relatou.

A bebê está vestida com uma roupinha que entrega a paixão de seu pai, quando se trata de futebol. “Ela já nasceu vascaína. A partir de agora, eu vou assistir com ela todos os jogos do Vasco”, disse. Mas não é apenas essa paixão que ele quer que Brenda carregue consigo. Márcio gosta de artes marciais, de luta. Queria, desde a infância, ser um lutador. “Eu queria um menino, mas como veio menina, eu vou incentivá-la para que, futuramente, seja lutadora de UFC”, declarou.

O que Márcio projeta para sua filha tem uma explicação. Ele ainda não está preparado para ser pai. A psicóloga infanto-juvenil Patrícia Barbosa afirma qu é neste momento que ele encara a paternidade como algo simples. “É o princípio de brincar, achar que a criança é um boneco. É fora da realidade. São os desejos dele refletidos nela”.

“Ele assume porque acha que tudo vai se resolver, mas quando ele se depara com a realidade e ver que não é como imaginava, que é a realidade da criança que chora, que precisa comer, que tem hora para dormir, ele vai tomar a decisão se vai seguir em frente ou se vai fugir”, explicou Patrícia.

Mas Márcio afirma que já conhece essa nova realidade. “Eu já estou me preparando para dormir menos e trabalhar mais. Quando a gente olha para esse rosto lindo, a gente se motiva para fazer tudo por ela”, disse.

Colaboração Edilane Ferreira/Jornal A União