Desconstrução do Carnaval de JP foi uma saída para a gestão, diz ex-aliado de Cartaxo

O jornalista Marcos Alves, em artigo no seu site, o VirtuPB, comentou sobre o Folia de Rua e fez reflexões quanto aos rumos que essa ação cultural tradicional do Carnaval de João Pessoa vem tomando.

Intitulado O Futuro de uma Folia, o texto elenca vários aspectos do Carnaval realizado na capital paraibana, dando uma ênfase maior a falta de visão dos gestores locais que, de acordo com ele, tratam as manifestações da cultura popular como despesa e não como um investimento.

“[…] a indústria do entretenimento é o grande negócio do momento. O problema é que, sem planejamento e projeto, governos municipais não sabem traduzir a festa em uma parte de uma rica economia criativa. Veja que o Carnaval do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife – todos territórios afetados pela crise nacional -, estão se mantendo com força. Porque nestes lugares o Carnaval deixou de ser tratado como ‘festinha’ e passou a ser encarado como referência do modelo econômico. Cultura e economia andam lado a lado. Melhor seria: ao invés de acabar com a festa, ter transparência na verba cultural e principalmente saber investi-la.”, escreveu Marcos Alves.

“Aqui, em João Pessoa, apesar de termos longa tradição de blocos e do Folia de Rua, ainda não conseguimos dar este salto. Como não foi construído o mercado da folia na cidade, a desconstrução do Carnaval local pareceu ser a única saída para os gestores da cultura”, destaca o jornalista.

Ele conclui o texto fazendo um alerta que é ao mesmo tempo um apelo. “A cultura popular aparece como uma despesa e não como um investimento. Esse é o grande problema e a miopia daqueles que não sabem fazer projetos e transformar a folia em lucro, como foi feito em outras capitais. O futuro da nossa folia, da nossa alegria, passa por essa mudança de atitude no trato com a cultura”, escreveu.