A maioria dos deputados federais paraibanos votou contra o seguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) nesta quarta-feira (25). Dos 12 parlamentares paraibanos, sete se posicionaram a favor do relatório do deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que apontava inconstitucionalidade na denúncia. O presidente foi acusado pela Procuradoria Geral da República (PGR) de obstrução de justiça e participação em organização criminosa. Além dele, integram a denúncia os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). O placar, entre os paraibanos, repetiu a votação da denúncia anterior contra Temer, sobre corrupção passiva. A única exceção foi a do deputado Wilson Filho (PTB), que não compareceu à primeira votação.

Além de Wilson Filho, votaram para livrar o presidente da investigação os deputados André Amaral (PMDB), Hugo Motta (PMDB), Aguinaldo Ribeiro (PP), Efraim Filho (DEM), Benjamin Maranhão (SD) e Rômulo Gouveia (PSD). Votaram contra exatamente os mesmos parlamentares que também queriam a investigação na denúncia anterior. Foram eles: Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), Luiz Couto (PT), Pedro Cunha Lima (PSDB), Damião Feliciano (PDT) e Wellington Roberto (PR). Assim como ocorreu em relação aos defensores de Temer dos outros Estados, os paraibanos também foram econômicos nos argumentos de defesa. Praticamente todos se resumiram a dizer sim ao relator. Wilson Filho foi dos poucos a arriscar uma defesa da manutenção do presidente, “em nome da estabilidade”.

O deputado federal Wellington Roberto ressaltou o que chamou de perseguição do governo. O presidente Temer determinou a demissão de Gustavo Adolfo Andrade de Sá da diretoria de Administração e Finanças do Dnit. Ele era indicação de Wellington, que também votou contra Temer na primeira denúncia. Luiz Couto também criticou a manutenção de Michel Temer. O placar final da votação foi de 251 votos a favor do presidente, 233 contra, duas abstenções e 25 ausências. Eram necessários 342 votos para que fosse autorizada a investigação contra o presidente. Ele ficaria livre da denúncia, no entanto, com 171 votos favoráveis ao relatório e conseguiu bem mais do que isso. A votação conquistada nesta quarta foi pouco menor que a ocorrida na primeira denúncia, em agosto, quando Temer recebeu 263 votos.

Denúncia

No inquérito, Temer é acusado de tentar obstruir a justiça e liderar organização criminosa. O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot sustenta na denúncia que o presidente Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, ambos do PMDB, foram os responsáveis por liderar um esquema de corrupção, envolvendo integrantes do partido na Câmara, com o objetivo de obter vantagens indevidas em órgãos da administração pública.

Na acusação por obstrução de Justiça, Temer teria atuado para comprar o silêncio do doleiro Lúcio Funaro, um dos delatores nas investigações, que teria sido o operador do suposto esquema. A interferência teria ocorrido por meio dos empresários da JBS, Joesley Batista e Ricardo Saud, que são acusados do mesmo crime. Informações do blog do Suetoni.