Deputado petista questiona versão de senadores que foram para a Venezuela

A versão de que a comitiva de senadores brasileiros foi impedida pelo governo da Venezuela de visitar líderes políticos da oposição foi criticada hoje pelo deputado João Daniel (PT-SE). O petista, que também chegou ontem em Caracas, capital do país, disse ontem (19) que um acidente impediu a passagem da comitiva, e não um protesto convocado pelo governo, conforme argumentaram os senadores.

A comitiva formada pelos senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) Aécio Neves (PSDB-M), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), José Medeiros (PPS-MT), Agripino Maia (DEM-RN), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES) se dirigiu ao país vizinho com o objetivo de visitar líderes políticos que se opõem ao governo de Nicolás Maduro.

“Cheguei no aeroporto de Caracas e acompanhei e vi um acidente que, infelizmente ocorreu e, nesse acidente, uma carreta de farinha ficou trancando a rodovia por muito tempo durante o dia. E eu saí do aeroporto e, junto com as pessoas que me trouxeram, demoramos quase quatro horas para chegarmos no centro de Caracas. Quando cheguei, estava o barulho feito, devido ao episódio que eles criaram, na minha opinião”, disse o petista que também chegou na quinta-feira, em um voo comercial, na capital venezuelana.

Ontem (18), os senadores postaram mensagens em redes sociais dizendo que a van em que foram transportados foi hostilizada por manifestantes ao sair do aeroporto de Caracas. Segundo relato dos senadores, o veículo chegou a ser apedrejado e eles tiveram que retornar ao aeroporto, porque não havia segurança para prosseguirem com a visita ao ex-prefeito de Chacao, Leopoldo Lopes, preso, desde fevereiro de 2014, sob a acusação de incitar violência na manifestação opositora de 12 de fevereiro, que resultou em mortes e danos na sede do Ministério Público. A data marcou o início de uma onda de protestos no país, que resultou em 43 mortos.

Para o deputado petista, o incidente serviu para que a oposição tentasse causar constrangimento entre os dois países. “Tudo não passa de um fato político para criar constrangimento entre o governo do presidente Nicolás Maduro e o da presidenta Dilma Rousseff”, completou Daniel, durante transmissão de vídeo para debater o ocorrido.