Deputado paraibano do partido de Temer quer rapidez na investigação

O deputado federal paraibano Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) defendeu, nesta sexta-feira (19), que o Supremo Tribunal Federal (STF) dê celeridades às investigações contra o presidente Michel Temer (PMDB), após revelação de que o presidente negociou propina com a JBS para calar a boca do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

O parlamentar ressalta que o pronunciamento de Temer na tarde de ontem foi firme, onde o presidente mostrou-se indignado. “Precisamos de explicações necessárias com relação a tudo o que foi noticiado. O Supremo precisa dar celeridade sem perder a qualidade investigativa”, ressaltou.

Entenda

Na tarde da última quarta-feira, Joesley Batista e o seu irmão Wesley entraram apressados no Supremo Tribunal Federal (STF) e seguiram direto para o gabinete do ministro Edson Fachin. Os donos da JBS, a maior produtora de proteína animal do planeta, estavam acompanhados de mais cinco pessoas, todas da empresa. Foram lá para o ato final de uma bomba atômica que explodirá sobre o país — a delação premiada que fizeram, com poder de destruição igual ou maior que a da Odebrecht.

Diante de Fachin, a quem cabe homologar a delação, os sete presentes ao encontro confirmaram: tudo o que contaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) em abril foi por livre e espontânea vontade, sem coação. É uma delação como jamais foi feita na Lava-Jato: Nela, o presidente Michel Temer foi gravado em um diálogo embaraçoso.

Diante de Joesley, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”. Aécio Neves foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley. O dinheiro foi entregue a um primo do presidente do PSDB, numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal. A PF rastreou o caminho dos reais. Descobriu que eles foram depositados numa empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG).