Deputado diz que agricultura familiar de JP é dirigida por neta do latifúndio

O deputado estadual Frei Anastácio (PT) disse hoje (22), que há uma grande contradição em relação à gestão da agricultura familiar no município de João Pessoa. Segundo ele, “isso se dar pelo fato do Centro de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf) ser coordenado por uma neta do latifúndio, que é Olenka Maranhão. Ela nunca soube o que é agricultura familiar, pertence ao latifúndio da família Maranhão”, disse o deputado.

O parlamentar também criticou a passagem do secretário especial de Agricultura e Desenvolvimento Agrário do Governo Federal, José Ricardo Ramos Roseno, por João Pessoa, no final de semana. “Foi uma visita apenas para poses de fotografias. E não poderia ser diferente. Ele foi recebido pela neta e um filho do latifúndio, no caso Olenka Maranhão e Manoel Júnior”, disse o deputado.

De acordo com o parlamentar, a ausência de benefícios para o Centro de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf), da Prefeitura da Capital, é uma prova da falta de compromisso de quem o dirige – no caso a coordenadora Olenka Maranhão-, e do vice-prefeito, Manoel Júnior, que posou para as fotos.

“Os dois são de origens de latifundiários que usaram a mão de obra de famílias para enriquecer. Totalmente diferente da filosofia da agricultura familiar. É isso que estamos vendo em João Pessoa”, afirmou o deputado.

Somado a isso, segundo o deputado, estava a presença de um representante do governo golpista, que não faz outra coisa se não retirar direitos dos trabalhadores e golpear a agricultura familiar. “O golpista cortou pela metade os recursos a reforma agrária este ano. Isso é um assassinato da agricultura familiar que produz 70% dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro. Ao tempo que fazendo isso, o governo golpista está fortalecendo o latifúndio e o agronegócio que produz para exportar”,argumentou o deputado.

Frei Anastácio lembrou ainda que no final do ano passado, agricultores de todo o estado ocuparam a sede do Incra, em João Pessoa,justamente para protestar contra essa redução de recursos e a perseguição aos assentados. Mais tiveram os nomes bloqueados no Sistema de Informações de projetos de Reforma Agrária (SIPRA).

Perseguição às famílias agricultoras

“Cerca de nove mil famílias de trabalhadores assentados da reforma agrária do Agreste, Várzea, Litoral Sul e Norte e Vale do Mamanguape, que compraram algum tipo de veículo, que se aposentaram, ou que conseguiram alguma atividade para complementar a renda fora da agricultura estão sendo  acusadas de adquirir riqueza  irregular pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Isso demonstra o papel que esse governo golpista está desenvolvendo para defender só os grandes”,disse o deputado.

O parlamentar lembrou que nos governos do PT houve de verdade a valorização da agricultura familiar. Só no ano de 2015, foram investidos em assistência técnica R$ 1,1 bilhão. Já no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o investimento do governo petista atingiu a soma de R$ 24,1 bilhões. “No governo do PT, a agricultura familiar teve até incentivos com máquinas, a exemplo de tratores e outras tecnologias para desenvolvimento do campo, coisa que antes só se via no agronegócio”, lembrou o deputado.

O deputado acrescentou que o cenário nesse governo é totalmente hostil à agricultura familiar. “E aqui em João Pessoa, para agravar o quadro, a dirigente do Cecaf é uma legítima descendente do latifúndio da família Maranhão. No resto do estado, a situação da agricultura familiar e de nenhuma esperança também. Durante esse recesso da Assembleia Legislativa, estou visitando todas as regiões do estado e conversando com agricultores familiares. Além da seca, o descrédito em dias melhores está desanimando as famílias que vivem da terra e não acreditam no governo golpista”, afirmou.