Cientista político diz que conduta do PMDB com RC é pura ‘barganha’ política

Negócios a parte. É assim que o cientista político José Henrique Artigas define o comportamento dos políticos. Dentro da conjuntura política paraibana, o cientista explica os rumores de desentendimento entre Zé Maranhão (PMDB) e o governador Ricardo Coutinho (PSB). Porém, as duas personalidade já negaram publicamente que há estremecimento. Além disso, para ele, as “pressões” feitas pelo PMDB a Ricardo é uma forma de barganha, para que o partido saia mais valorizado nas eleições deste ano.

“Política não é coisa de menino, não é coisa de amiguinhos. Política se faz por interesse e não por amizade, essas coisas fazem parte da política. São adversários, estão em partidos diferentes, isso não significa que não haja a possibilidade de aliança entre eles. E não é a primeira vez que acontecem rusgas entre Ricardo Coutinho e o PMDB, e não será a última. É claro que o PMDB vai procurar tensionar com PSB para aumentar a fatura, aumentar o custo da negociação a primeiro turno a uma candidatura do PSB. Se José Maranhão ficasse jogando flores em Ricardo Coutinho, ele não teria condições de cobrar uma fatura tão grande quanto terá, caso não lance candidatura própria”, esclareceu, em entrevista ao Paraíba Já.

O cientista afirmou que há formas e formas de se fazer política entre “profissionais e amadores”. “Na política não há amigos, mas também não há inimigos, há adversários. Só em política tosca, não profissional, é que os políticos viram inimigos e inimizade é coisa para inocentes e amadores. Na política profissional você cria adversários. Hoje são adversários, amanhã são aliados. Não precisa ir muito longe para entender isso”, garantiu.

Campina Grande

Artigas fez comentários acerca da política em Campina Grande. “O PMDB pode correr pra qualquer dos lados, seja para o lado do governador Ricardo Coutinho, seja para o lado dos Cunha Lima, depende das negociações internas ao PMDB. Agora, muito dificilmente ocorrerá aproximação entre o PSDB e o PMDB em Campina Grande e isso dificulta as relações também aqui em João Pessoa. O que importa é que o candidato do PMDB em Campina está definido, e disputará com o candidato do PSDB e aí como fazer aliança se é seu opositor principal? Serão adversários na eleição, PMDB contra o PSDB. Agora é claro que a não aliança lá prejudica uma possível aliança aqui. É muito mais fácil o PMDB se aliar ao PSD do que ao PSDB, porque isso vincularia uma aliança também em Campina”, disse.