Cientista político avalia Manoel Jr: “É um pau mandado, um funcionário de Cunha”

“É um batedor de Cunha”. Foi assim que o cientista político José Henrique Artigas classificou o deputado federal e pré-candidato em João Pessoa Manoel Junior (PMDB). Por mais que o peemedebista tente negar que não defendeu o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ), a imagem de ser um dos homens de confiança do presidente da Casa ficou no imaginário popular e na imprensa.

Artigas acredita que esse tipo de associação prejudica a tentativa de Manoel Junior de ser prefeito da Capital. Para além de macular seu mandato, o especialista reflete que a atuação do peemedebista no Conselho de Ética envolve interesses desconhecidos ainda da sociedade.

“Ele é um batedor de Eduardo Cunha, é um pau mandado de Eduardo Cunha, praticamente um funcionário. Não existe a possibilidade de não associá-lo. Ele já é, já vem fazendo esse papel de batedor no Conselho de Ética e no plenário da Câmara, com ações sucessivas de apoio irrestrito ao nome de Eduardo Cunha. Certamente isso prejudica o nome e a imagem de Manoel Junior, e imagino eu que ele só tenha tomado essas atitudes em prol de Eduardo Cunha porque deve ter algum interesse escuso envolvendo o deputado, porque sabemos que o deputado Eduardo Cunha auxiliou financeiramente a campanha de alguns deputados do PMDB. Então ele não tem como ganhar votos, ele só tem a perder. Cunha pode até ter alguns currais eleitorais no interior do Rio de Janeiro, mas aqui na Paraíba não, e quem se abraça a um afogado, a tendência é se afogar também”, sentenciou.

Recentemente, Manoel Junior se defendeu de acusações de ser defensor do Eduardo Cunha. Inclusive, os outdoors de divulgação de ações de seu mandato foram pichados com ofensas neste sentido, o que gerou repercussão na mídia nacional, na manhã desta quarta-feira (13).

Manoel foi incisivo em dizer que “não trocaria seu CPF pelo de Cunha” e que suas atitudes no Conselho de Ética foram métodos para que a justiça fosse feita, visto que já houveram casos de cassações de deputados, posteriormente, inocentados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Diante das justificativas do peemedebista, Artigas não hesitou.

“Ele está querendo enganar a quem? Vocês acreditaram nisso? Porque eu tenho um pouco mais de experiência na vida política nacional e sei perfeitamente que isso não é verdade. Pra quem acompanhou o Conselho de Ética, as inúmeras, repetitivas questões de ordem e de encaminhamento feitas pelo deputado Manoel Junior, foram notoriamente instrumentos de protelação decisória. Portanto, para que um deputado mobilize esses instrumentos, é claro que ele tá defendendo o deputado Eduardo Cunha. Agora precisa ser muito, muito inocente para imaginar o contrário. Eu não tenho qualquer dúvida sobre isso, e acredito que as pessoas que acompanharam também não tem”, declarou.