Chuva não atrapalha último dia de desfiles do Carnaval Tradição em João Pessoa

A última noite do Carnaval Tradição 2015, criado há exatos 100 anos, foi marcada pela chuva, nesta terça-feira (17). Nove clubes de frevo desfilaram pela avenida Duarte da Silveira, Centro. Os desfiles começaram às 18h30, com a Orquestra de Frevo Adolescente Criança Feliz, do bairro da Torre.

Hoje, a partir das 10h, serão conhecidos os campeões do Carnaval Tradição 2015, que premia, além das orquestras de frevo, as escolas de samba e as tribos indígenas. Além do troféu, cada uma leva uma premiação. A campeã ganha R$ 7,5 mil (em cada uma das categorias), a vice R$ 5 mil e o terceiro lugar fatura o prêmio de R$ 3,5 mil.

Este ano, as agremiações tem a missão de desbancar a atual campeã da categoria dos blocos de frevo, a Bandeirantes da Torre. Em, 2014, o segundo lugar foi para a Ciganos do Esplanada, enquanto o terceiro foi ocupado pela São Rafael Frevo e Folia.

A Bandeirantes da Torre é uma das agremiações mais antigas da cidade, perdendo apenas para a Piratas de Jaguaribe, de 1930, e a Sai da Frente Dona Emília, de 1936. Ela ostenta 28 títulos na coleção e conta com 140 integrantes em sua formação atual e este ano, comemorou 65 anos de vida na avenida, apresentando em suas alas homenagens à história do bloco.

O grupo foi fundado pelo avô de Beto Costa, o atual presidente da Liga Carnavalesca de João Pessoa. Em entrevista à nossa equipe de reportagem, Beto comenta a importância de manter a tradição iniciada com o auxílio de seu avô. “É uma luta feita há cem anos. Sofremos bastante para conseguir montar tudo, mas no final, é isso que podemos ver na avenida. Muita alegria, suor e lágrimas, que são recompensadas pelo aplauso e pela alegria nos olhos da plateia”, contou.

Mesmo com a forte chuva que ameaçava afastar a plateia não foi suficiente. “Mesmo com ela, continuamos a fazer um Carnaval com muita felicidade”, completou Beto Costa.

E a felicidade pôde ser vista em alguns exemplos na arquibancada. A aposentada Eulina Almeida, com 91 anos, apresentava disposição, mesmo com o clima pouco favorável e a idade avançada. Sentada em sua cadeira, observava os blocos desfilarem. “Eu gosto muito do Carnaval e acompanho o Tradição desde que eu me entendo por gente. Não é qualquer chuva que vai me impedir de ver essa festa bonita”, comentou Eulina.

Outro que também não perde um ano é o também aposentado Edvaldo dos Santos, 69, que adora Carnaval e tem uma ligação com a festividade. “Eu fiz parte de uma das primeiras escolas de samba daqui da cidade, criada em 1955, gosto demais disso tudo”, declarou. Ele afirma que está muito feliz com as orquestras de frevo, em específico, afirmando que só vê melhoria a cada ano. “Antes, aqui em João Pessoa, a gente não via muita orquestra de frevo, mas elas estão crescendo bastante”, analisa.

As orquestras de frevo estão divididas em categorias. O grupo A conta com a Gigantes do Frevo, da Torre, São Rafael Frevo e Folia, Ciganos do Esplanada e Bandeirante da Torre; enquanto o grupo B é formado pela Adolescente e Criança Feliz, A Corda do Frevo do Bairro da Torre, Piratas do Jaguaribe, Dona Emília e Alegria do Frevo. No entanto, apenas as classificadas no pódio do grupo A poderão concorrer aos prêmios, que chegam até R$ 7,5 mil.

Cada grupo contou com trinta e cinco minutos para se apresentar e tentar impressionar a plateia e o júri, que avaliou os grupos em diversos quesitos. As orquestras serão julgadas conforme critérios como porta-estandarte, orquestra, conjunto, fantasias, estandarte e coreografia, sendo pontuadas de 0 a 10.

 

Com informações de André Luiz Maia – Jornal A União