Castigo? Lava Jato mira filho de senador que ‘usurpou’ presidência da CCJ de paraibano

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (16) mais uma fase da Operação Lava Jato, com mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. Os alvos da operação Leviatã são o filho do senador Edison Lobão (PMDB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, Márcio Lobão, e o ex-senador Luiz Otávio Campos.

Lobão foi eleito recentemente presidente da CCJ. Ele disputou e ganhou a disputa interna no PMDB contra o senador paraibano Raimundo Lira, que chegou a ser cogitado como o mais cotado para presidir a comissão.

Os mandados de busca e apreensão estão sendo executados no Rio de Janeiro, em Belém e em Brasília, nas residências e escritório de trabalho dos investigados. Fachin é o novo relator da Lava Jato, mas já era o relator do inquérito que investiga desvios de recursos e pagamento de propina nas obras de Belo Monte.

A investigação apura pagamento de propina a partidos políticos por empresas que integram o consórcio responsável pela construção da Hidrelétrica de Belo Monte, no percentual de 1% do valor das obras civis. Os valores seriam divididos entre políticos do PT e do PMDB. As informações surgiram a partir de delações premiadas de ex-executivos da Andrade Gutierrez. Os investigados são acusados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O nome da operação é uma referência à obra de Thomas Hobbes, chamada O Leviatã. Nessa obra, o filósofo político Hobbes afirmou que o “homem é o lobo do homem”, comparando o Estado a um ser humano artificial criado para sua própria defesa e proteção, pois se continuasse vivendo em Estado de Natureza, guiado apenas por seus instintos, não alcançaria a paz social.