Não é preciso ser um expert em marketing para perceber que, de uns tempos pra cá, o senador Cássio Cunha Lima resolveu colocar em ação um plano (ambicioso) para descolar sua imagem de algumas figuras políticas que enfrentam forte desgaste perante a opinião pública.

Me refiro especificamente ao senador Aécio Neves e ao presidente Michel Temer, dois personagens importantes da vida pública brasileira com quem Cássio desfilava pelos corredores de Brasília até bem pouco tempo atrás.

Certamente, preocupado “com a voz rouca da ruas”, como dizia o finado Ulysses Guimarães, Cássio relações se viu obrigado a mudar seu plano de voo para as eleições

Certamente, preocupado “com a voz rouca da ruas”, como dizia o finado Ulysses Guimarães, Cássio se viu obrigado a mudar seu plano de voo para as eleições do ano que vem e decidiu cortar na própria carne, afastando-se de quem pode manchar, ainda mais, a sua imagem junto ao eleitorado paraibano.

Embora pareça recente, o plano de Cássio para limpar sua imagem com o eleitor, começou há alguns meses, quando decidiu escalar seu filho, o deputado Pedro Cunha Lima, para atacar o presidente Michel Temer.

Certamente, preocupado “com a voz rouca da ruas”, como dizia o finado Ulysses Guimarães, Cássio relações se viu obrigado a mudar seu plano de voo para as eleiçõesIntegrante do chamado núcleo dos “cabeças pretas” do PSDB, Pedro foi um dos primeiros a pedir, publicamente, a saída da legenda tucana do governo Temer. Embora tenha apoiado o “golpe” contra Dilma, como apregoam os petistas, o filho de Cássio passou a adotar uma postura de oposição ao Planalto, votando inclusive, pelo afastamento do presidente da República em duas oportunidades. Começava ali a ‘operação descolagem’.

Porém, como a estratégia não surtiu o efeito desejado, Cássio então decidiu entrar no jogo. De uma hora para outra, passou a criticar o governo Temer e, em julho deste ano, quando participava de um evento com investidores, chegou a estipular em 15 dias a queda do presidente.

A previsão não se concretizou, Temer continua na Presidência, e Cássio, agora mais do que nunca, segue fazendo oposição ao presidente.

Afastamento (surpreendente) de Aécio

Certamente, preocupado “com a voz rouca da ruas”, como dizia o finado Ulysses Guimarães, Cássio relações se viu obrigado a mudar seu plano de voo para as eleiçõesCom Aécio, a mudança de rumo de Cássio é bem mais recente, e chega até ser surpreendente. Companheiros de partido há vários anos, os dois sempre fizeram questão de expor uma relação de muita cumplicidade. E para os paraibanos isso ficou ainda mais evidente nas eleições de 2014, quando o senador paraibano chegou a ter seu nome cogitado para coordenar a campanha presidencial do mineiro.

No ápice do processo do impeachment da presidente Dilma, a relação de amizade entre Aécio e Cássio ficou ainda mais evidente. À época, a cumplicidade dos dois era tão grande que setores do PT chegaram a acusar o senador mineiro de nomear Cássio como o “porta voz do golpe”.

Do impeachment pra cá, no entanto, as coisas mudaram. Aécio caiu em desgraça e só não perdeu o mandato de senador porque provavelmente levaria muita gente com ele. Apesar de se manter de pé, o (ainda) presidente nacional do PSDB virou uma espécie de leproso, vagando pelos corredores do Congresso Nacional praticamente solitário Quase ninguém, inclusive Cássio, quer aproximação com Aécio.

A pergunta que não quer calar…

Será que (ainda) dá tempo para estratégia de Cássio convencer o eleitor paraibano?