Casos de dengue, zika e chikungunya aumentaram mais de 90% no Estado

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) divulgou, nesta terça-feira (13), o novo boletim da dengue, zika e chikungunya. De acordo com os dados, de 1º janeiro a 28 de agosto de 2016 (34ª semana epidemiológica de início de sintomas) foram notificados 35.588 casos prováveis de dengue. Em 2015, no mesmo período (até 34ª SE), registrou-se 18.650 casos, evidenciando um aumento de 90,82%. Observa-se que o pico do aumento dos casos ocorreu no mês de março, entretanto, a partir de maio começou a redução dos casos.

“Dos 223 municípios do Estado, 219 registraram a ocorrência de casos suspeitos de dengue no sistema até o momento, restando ainda quatro municípios sem nenhuma notificação. É importante evidenciar que sinalizar a possibilidade de casos suspeitos é uma forma de manter todas as equipes de vigilância e assistência atentas para o agravo, o que contribui para o desencadear das demais ações de vigilância epidemiológica e ambiental necessárias para o controle da doença em seu território”, alertou a gerente operacional de Vigilância Epidemiológica da SES-PB, Izabel Sarmento.

De acordo com o boletim, foram registrados 4.205 casos suspeitos do vírus Zika, um aumento de 298 casos nas últimas duas semanas. Atualmente, na Paraíba, existem três unidades Sentinelas do Zika vírus implantadas para identificação da circulação viral nos municípios de Bayeux, Campina Grande e Monteiro, conforme recomendação do Ministério da Saúde, entretanto o número de coletas nessas unidades tem sido reduzido.

Quanto às notificações de suspeita de chikungunya, no período de 1º de janeiro a 28 de agosto de 2016, foram registrados 17.664 casos suspeitos, ou seja, um acréscimo de 2.030 casos nas duas últimas semanas epidemiológicas. “Ressaltando que a confirmação laboratorial do primeiro caso de chikungunya ocorreu no município de Monteiro de 2016, ou seja, estando a população suscetível ao adoecimento. Observa-se o pico de casos entre a 13ª e a 20ª semana, correspondente ao 2º trimestre, o que coincide ao período de maior volume pluviométrico e de umidade no ar, favorecendo a proliferação do mosquito”, explicou Izabel.

Até a 34ª semana, foram registrados 103 óbitos suspeitos por arboviroses, devido ao trabalho realizado pela vigilância epidemiológica após busca ativa nos sistemas de informações, mídias e serviços de saúde. “É importante frisar que dos 11 óbitos confirmados por chikungunya, destaca-se a I Gerência Regional de Saúde com a maioria deles (11), sendo cinco em João Pessoa, um em Bayeux e um em Cabedelo. A estratégia mais efetiva para evitar os óbitos causados pela dengue, zika e chikungunya é a detecção precoce dos casos suspeitos combinado com o manejo adequado do paciente, de acordo com o agravo”, enfatizou a gerente operacional.

A SES-PB recomenda que todas as Secretarias de Municipais de Saúde intensifiquem as orientações sobre sinais e sintomas de dengue, chikungunya e zika e, em caso de adoecimento, o usuário deve procurar imediatamente a Estratégia de Saúde da Família (ESF) ou serviço de saúde mais próximo.

Ciclos de visitas – Para o controle do mosquito Aedes aegypti, que transmite as três doenças, o Ministério da Saúde recomenda aos municípios a realização de visitas a todos os imóveis urbanos (residências, comércios, indústrias, órgãos públicos, terrenos baldios etc) e infraestruturas públicas (praças, parques, jardins, bueiros, etc) de seu território, nas seguintes datas:

6º ciclo – até 31 de outubro;
7º ciclo – até o dia 31 de dezembro.

LIRAa e LIA – Durante o mês de julho, 219 municípios (98,2%) realizaram o 2º levantamento de índices, para avaliar a infestação predial pelo Aedes aegypti, por meio do LIRAa (Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti) e LIA (Levantamento de Índice Amostral), este último, para municípios que possuem ate 2 mil imóveis.

De acordo com os dados, 52 municípios (23,3%) atualmente estão em situação de risco para ocorrência de surto. Em situação de alerta, 114 municípios (51,3%), enquanto 53 municípios (23,7%)  têm situação satisfatória e quatro municípios (1,8%) não informaram seus resultados de LIRAa e LIA.

“Solicitamos à comunidade que fique atenta e faça a vistoria em seu imóvel, verificando os locais onde possam acumular água e servir de criadouro para o mosquito.  Acondicione o lixo adequadamente, armazene os pneus em locais seco, verifique se a caixa d’água está tampada, evite o armazenamento de água em tambores e outros recipientes, caso haja necessidade em fazê-lo, vede-os adequadamente. Lembre-se que o mosquito Aedes aegypti além de transmitir dengue, também transmite febre chikungunya, febre amarela e zika, doenças graves que podem levar até a morte”, orientou a gerente de Vigilância em Saúde da SES-PB, Renata Nóbrega.

Papel da população – Em quaisquer das situações encontradas que apontem determinados tipos de depósitos preferenciais de Aedes aegypti, a colaboração da população é fundamental, pois nem sempre será possível a atuação do poder público em todas as residências, por vários motivos, entre eles, os imóveis fechados e recusas. “Cada cidadão deve ser responsável por seu ambiente, buscando compreender que a eliminação manual de criadouros é a maneira mais eficiente de controlar a população de mosquitos, seja em sua residência, na vizinhança, local de trabalho ou local de estudo”, lembrou Renata Nóbrega.

Nas empresas e instituições, o ideal é que haja a indicação de um ou mais funcionários responsáveis pela vistoria e manutenção do ambiente local, deixando-o livre do risco de proliferação de mosquitos.

Portaria de Notificação Compulsória – Na Portaria GM Nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, ficou definido que todo óbito suspeito de chikungunya deve ser informado imediatamente à SES. Permanece a orientação de que todo caso suspeito deve ser notificado.

Além disso, desde o dia 17 de fevereiro, ficou instituída também a notificação obrigatória para todos os casos suspeitos de zika vírus. A notificação deve ser registrada no Sinan NET. Nos casos suspeitos de zika vírus em gestante e óbitos suspeitos da doença, as Secretarias Municipais de Saúde devem comunicar em até 24 horas à SES, por meio do Cievs (98828-2522) e Núcleo de Doenças Transmissíveis Agudas (3218-7493). A SES destaca que a notificação para os três agravos (dengue, chikungunya e zika vírus) deve ocorrer de acordo com a clínica mais compatível e definição de caso, conforme orientação do Ministério da Saúde.

Fonte: Secom-PB